5 de abril de 2012

Sozinho na multidão.


Olá, pessoal! O post de hoje trata do relacionamento mais verdadeiro, inevitável e complicado que existe: o familiar. Essa história é a de uma família que se ama até em seus defeitos. Unida, lutou por muito tempo para permanecerem juntos. Porém, por falta de cuidado, esses laços se desfazem para se atarem muito mais fortes novamente. Mas, nesse caso, alguém ficou perdido no caminho das pedras...

Gostaria de lembrar que a sua participação é muito benvinda, seja como sugestão de tema ou críticas. Como você faz para participar? Mande um e-mail para avidaemmiudos@gmail.com, conto com a sua contribuição! Agora sim, boa leitura!

"É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado." - Madre Teresa de Calcutá


Deitado em sua cama, o pai procurava de alguma forma entender porque a sua vida caminhava para um precipício. Seu corpo já não respondia aos estímulos externos, seus olhos não expressavam nada além de amargura. Olhando para o teto, pode refletir sobre sua vida, seus erros – que ultimamente superavam os acertos. Acabara de perceber que estava sozinho no meio da multidão. Largara sua esposa e filhos para viver uma promessa de “vida diferente” com outra pessoa. Como disse anteriormente: promessa.

-Filha, tenho uma coisa para te contar... – Disse o homem enquanto levava a filha (de coração) de uma vez por todas de volta para a casa da mãe depois de quatro meses morando naquela cidade diferente e onde fazia um curso que não gostava.

- O que está acontecendo entre você e a mamãe? – Ela perguntou ao mesmo tempo, almejando de uma vez por todas entender a confusão que se passava em casa.

-  ...Estou namorando. – Ele continuou a sua frase. – Eu e sua mãe não estamos mais casados.

Por alguns segundos, ela se manteve calada, pensando numa possível resposta. Como era possível ele terminar um relacionamento de muitos anos, sendo fruto deste dois filhos lindos, e já ter engatado um romance com outra pessoa que tinha conhecido há, sei lá, alguns meses?

- Bom, e ela já sabe? – Foi a única coisa que conseguiu sair de sua boca naquele momento. Mas no fundo, queria “vomitar” mil e uma palavras ofensivas, mas desnecessárias. Queria preservar seu irmão mais novo que estava no banco de trás.

- Disse para ela que não estamos mais juntos. E acho bom ela encontrar alguém para refazer a vida dela.

Homem. Homem e covarde. Homem, covarde e irresponsável. Ora! Precisou encontrar alguém para se apoiar para poder encerrar um outro relacionamento. Incapaz de se comover com a família.

Pai e mãe sempre lutaram juntos. Juntos contra uma família que sempre os desvalorizou, ele havia assumido o papel de pai da filha de uma mãe solteira. Lutaram contra ironias, preconceito, desrespeito e desonra. Passaram por grandes crises... Mas sempre estavam ali, juntos. Apesar dos desentendimentos, os filhos viam naquela relação companheirismo e cuidado para com eles.

Então, enfiando os pés pelas mãos mais uma vez, quando as coisas em casa pareciam que tomavam um rumo diferente, ele resolveu se envolver com outra. Não o bastante, foram os filhos que descobriram.

Saiu de casa, mas deixou as suas coisas lá. E isso é separação? E abandonou os filhos.Como que se fugir dos problemas e se afastar fosse resolver a situação. Simplesmente partiu e nunca mais ligou para dizer palavras de apoio, para demonstrar preocupação ou perguntar se eles precisavam de alguma coisa. E os filhos, chateados com a isso tudo e vendo a mãe preocupada em lhes dar todo o suporte do mundo, tirando forças de suas fraquezas, não queriam e não podiam ouvir o nome do indivíduo. Tinham raiva, misturada com revolta e decepção.

O bom pai, que tinha escolhido adotar uma filha de coração aberto, que brincava com os filhos nos finais de semana, mostrava um lado nunca antes visto: de sua boca só saiam cobras e lagartos. Acusações. 

Enquanto se preocupava em culpar a ex-esposa por tudo de ruim que começava a se apresentar em sua vida (O plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória). Os filhos sofriam. Ela sofria os vendo sofrerem. 

Depois de superarem a falta de um pai que sempre foi presente, a vida começava a entrar nos trilhos novamente, eles se uniram mais do que nunca e aprenderam a conviver com essa ausência antes tão presente. Os sorrisos que antes eram escassos, apareciam com mais frequência. E a vida continua. Os filhos pródigos e dedicados estavam cuidando com carinho daquela que sempre os acolheu, respeitou e protegeu. E ela se fortaleceu e devolveu vida aos olhos daquelas "crianças".

Saibam, meus amigos, não há história mais triste do que aquela em que você mesmo liberta as suas mazelas. Se pudesse dar um conselho às pessoas de todo o mundo, ele seria: Ame e proteja incondicionalmente seus pais e filhos, pois não há sentimento mais nobre e verdadeiro do que este.

E o protagonista dessa história? Depois de ter vivido só de promessas, rodeado de falsos amigos e de verdades inventadas, bom, hoje em dia deixou de ser protagonista dessa verdadeira história de amor para se tornar coadjuvante de um drama qualquer - poderia afirmar que sem final feliz, não fosse pela índole dos filhos que tem.

4 comentários:

  1. Adorei ! Embora o final não seja o idealizado, típico dos contos de fadas, retrata a realidade de muitas famílias. Às vezes por falta de diálogo e textos tão claros como este. Mas o importante é que a vida sempre continua, e amadurecemos quando somos capazes de dar significados às coisas que nos acontecem e retirar disso um aprendizado! ;)

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  2. Somos responsáveis por nossas escolhas, a vida nos ensina isso.

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  3. Acho que pai e mãe são o alicerce da boa convivência em uma casa...essa é mais uma hist que retrata o que se repete na vida de mutia gente!

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  4. É a realidade de muita gente, infelizmente a vida não é perfeita, como consequência agente tem que adaptar as condições que ela nos impõe.

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