Olá, pessoal! Lanço com o post de hoje a série de textos que serão publicados "As várias maneiras de se encantar.". Este é "As várias maneiras de se encantar: Dormindo." Essa é a história de uma mulher que se encanta por um cara, até então desconhecido, quando dividem a mesma cama apenas para dormirem. E aí, como será que ela foi parar na cama dele? O que será que aconteceu depois que eles acordaram? Só lendo para descobrir.
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"Acordar com ele ao meu lado era bom para abraçá-lo novamente e dormir de novo." - Fernanda Gonçalves |
Quando eu o conheci não estava em meu estado normal. Tinha
tomado umas cervejas a mais, umas doses de cachaça e uns copos de vodca.
Era uma calourada, a minha calourada. Me recordo de estar
com meus amigos animada e de, de repente, estar conversando com um cara meio
tímido, com olhar misterioso e meio desconfiado. Ele era de outro
curso, o que estava fazendo ali? A conversa ia passando numa rapidez... E nos
beijamos. Diga-se de passagem, que bom beijador que ele era! E com esses beijos
de me tirarem o fôlego, capazes de me fazerem perder a noção de tempo, olhei
para os lados e meus amigos não estavam mais lá!
Sozinha, meio alterada, sem lenço e sem documento (havia deixado os meus pertences na casa de um amigo e os buscaria
depois da festa), estava perdida, desorientada e a ver navios. Foi então que
ele, num ato de bondade extrema, me ofereceu abrigo em sua casa. Ele morava com
mais uns caras, tinha vindo de longe para estudar nesta cidade, estava com os
cabelos raspados e mesmo assim conseguia ver um charme inerente escapando em
sua transpiração.
Me levando pelo caminho até a sua casa, pacientemente, me
guiou. E entrei naquele lugar com figuras inusitadas desenhadas nas paredes.
Descobri que estava muito tonta quando vi um artista numa dessas figuras e por
algum motivo não conseguia falar seu nome. É, não era tempo de procurar entender ou dizer muitas coisas. O melhor a fazer era me calar.
Chegando lá, ele trocou a roupa de cama para eu dormir,
lembro de que me obriguei a me lembrar disso no dia seguinte. Ora, eu valorizo
os pequenos detalhes, posso? Então me deitei naquela cama com cheiro de
amaciante e depois de um tempo ele se deitou ao meu lado. Me dei conta de que estava comigo quando, no meio da noite, ele me puxou para bem perto de si e me
abraçou de uma forma que me fez me encaixar perfeitamente em seus braços. Sempre
tive problemas para dividir a cama com alguém, mas com ele tinha sido
diferente. Surpreendentemente, de alguma forma eu não o chutei e nem fiquei
tentada a puxar seu cobertor durante a noite. O máximo que fiz foi acordar e
ficar olhando para seu rosto por alguns minutos, sorrir-me por dentro e voltar
a dormir...
Sim, ele é o cara perfeito para se dividir uma cama, principalmente de solteiro! Quando dei por mim, tinha que ir embora. Eu não queria, mas parece que a ressaca moral
tomou conta do meu ser. Eu não sabia o nome dele. Não me lembrava do teor de nossa
conversa. Mas me lembrava de seu olhar distante e de seu beijar inquestionável.
Olhei para o sujeito e o fitei dos pés à cabeça e quando ele falou, meu corpo
estremeceu de um jeito desconcertado. Depois de tanto tempo, essa sensação
reaparecia querendo complicar de alguma forma a minha vida. Eu não podia
deixar isso acontecer.
Foi então que decidi que era hora de partir. Ele não
entendeu direito, perguntou se eu tinha certeza de que queria ir naquele
momento, se me apetecia um café (ele mal me conhecia e já me fazia perguntas
difíceis! Era claro que eu queria continuar deitada com ele debaixo daquele
cobertor quentinho. Mas o que me importava mesmo era o calor que provinha de
seu corpo. Era claro que queria passar mais um tempo com ele, nem que fosse
para tomar um café!). Eu respondi que estava tarde (eram sete e meia da manhã)
e que não precisava se preocupar com o café. Eu não gostava mesmo...
Pedi para ele me levar na casa do meu amigo que morava ali
do lado para buscar as minhas coisas, também pedi para ele não ficar me olhando
(ele riu), minha maquiagem estava toda borrada e eu estava parecendo uma bruxa
ou qualquer coisa do gênero – e ele lá, todo charmosão, mesmo de chinelo e
bermuda... - Cheguei ao portão do prédio: não me lembrava do número do
apartamento.
Então ele me emprestou dinheiro para voltar para casa. E
fiquei lhe devendo alguns trocados. Fui para casa, pensamento distante. Estranha.
Será que eu havia sido irrelevante? Melhor era não pensar em nada. Eu estava completamente encantada, mas já querendo estragar tudo.
Chegando em casa, tomei um belo banho, me deitei novamente. Então imaginei como
poderia pagar a minha dívida e agradecer ao melhor sono da minha vida. Dormi em
meio a esses pensamentos e sonhei que ele estava ali ao meu lado me abraçando calorosamente, sua respiração em minha orelha esquerda... Será que eu iria revê-lo? Só o tempo
sabia. Mas parece que meu íntimo também sabia, pois nos meus sonhos,
magnificamente, ele já estava...
Que vontade de dormir de conchinha!
ResponderExcluirEntrou para a lista das minhas prediletas...Definitivamente esta é MAGNIFICA! ;)
ResponderExcluirAh, amiga! Magnífica é você!! =) Obrigada!
ResponderExcluiracho que conheço essa história! hahaha
ResponderExcluirSerá que aconteceu de verdade?
Excluirnossa achei muito instigante.
ResponderExcluirmas e então?
rs
adorei o blog,estou seguindo tbm
bjs
http://rob-umarosaazul.blogspot.com.br/