18 de setembro de 2012

Oi, Saudade!




Oi, eu só gostaria de dizer que sinto saudade... Saudade não me parece algo tão ruim, quando paro de pensar em sua ausência e reflito sobre o seu significado...

Ah, ela é capaz de trazer à tona emoções incríveis e momentos fantásticos: de me mostrar que estes foram bons, apesar da ferida que se fez; você deixou marcas, memórias, um lugar, que, acredite, eu não quero que seja preenchido. Seu convívio ficou gravado na pele como tatuagem, valeu à pena.

Você não apenas passou: viveu. Viveu tempo suficiente para eu ainda me esquecer (ou seria me recordar?) e colocar o seu prato na mesa nos almoços de domingo. Participou ativamente de meus dias, ao ponto de para sempre repelir, com todas as minhas forças, aquele vestido vermelho que você detestava! Foi importante, o bastante, para quando eu passar pelo noticiário de economia, não torcer o nariz e sim, torcer para que a inflação esteja sob controle...

Sobe e desce de emoções e saudade me pegou nessas últimas semanas: Não ouvir a sua voz, me fez pensar se realmente é isso o que quero para mim. Mas, as trilhas da vida nos levaram ao caminho mudo. Aos filmes de Chaplin, com toda a riqueza de emoções, detalhes, exposições, no entanto, com voz alguma. Obra-prima, tudo exposto, todo mundo vê, mas, de nós, protagonistas, nunca escutarão uma só palavra a respeito da nossa história.

 É o nosso segredo. São os pensamentos prometidos que nunca serão ditos. São nossos contos e crônicas, contados com toda a emoção e sem ponto final.

Confesso que anda estranho aqui, sem você. Mas, tenho que seguir o caminho. Às vezes lhe encontro em sonhos. Vivo novamente contigo e não me decepciono. Penso em tudo o que passamos e nas descobertas. Revivo cada instante mágico, debaixo das cobertas, lendo as histórias que escrevi.

Não fomos para sempre, nem pensamos, seriamente, nisso. Na verdade, não pensamos, agimos. Criamos laços e eles se foram. O que não é para ser, simplesmente, não acontece - e eu não ficarei lamentando: você foi especial, quero que seja feliz, oras! Egoísmo, o meu, seria pensar que sua felicidade estaria atrelada à minha instável existência! O único problema, nisso tudo, é que você aconteceu! Não foi sonho e nem invenção da mente. No final, não tivemos escolha. A sorte foi lançada, não jurei amor eterno, assim, perdi. Mas, nos reuni em palavras. Escrevi como válvula de escape: e, sem querer, nos eternizei; inclusive, em mim - em saudade.

Um comentário:

  1. Sempre é um prazer enorme viajar nas tuas belas palavras e histórias, quanto a este texto, expressivo e inspirador como todos os outros posts de seu universo encantador...
    Ficaria grato com uma visita sua,
    www.paullolenore.blogspot.com

    ResponderExcluir