26 de julho de 2012

3M: Pesado



Eu não tenho nada pra dizer... Também não tenho mais o que fazer... Mentira. Passei uma semana sem saber o que escrever verdade, mas ontem, entre copos de refrigerantes, salgados e uma dança das cadeiras, catastrófica, me veio à mente o que escrever.

PESO. Dieta. Comida. Balança. Imagem...

Vou comer esse brigadeiro só pra tirar o gosto do salgado...”, foi o que respondi quando me pegaram atacando a mesa de doces (pela milésima vez). Compulsivo. Saboroso. Doce. Quando se vai a uma festa, na qual você sabe que não terá bebidas alcoólicas, o que te (me) vem à mente? “Comida!”. Há quem diga que deixa de almoçar para ir à festa, ou já chega lá querendo saber dos altares gastronômicos. Doce ou salgado. Frito ou assado. Não importa! O objetivo é contrabalancear todo o esforço ($) gasto naquele social. Aniversário. Amigo oculto. Churrasco. É engraçado reparar que existe numa festa (nada de chopada ou balada) sempre, ou o tarado que sai de casa pensando nas bocas alheias, ou o devorador pensando no que irá colocar na própria boca, e/ou o cachaceiro que só pensa na boca das garrafas.

Seja lá em qual classe você se encaixa no momento, o meu foco é no Devorador, mais conhecido como: Rechonchudo. Fofo. Cheinho. Gordo.




O que não mata, engorda”, já dizia o ditado.



Sou um homem que prefere uma mulher cheinha, nada desproporcional ou excessivo, apenas fofa. Desprovidas de paranóia ou simplesmente incorruptíveis. Essas mulheres não detestam o espelho, mas sim, mudam o tamanho das calças de acordo com as estações ou eventos familiares, gosto é dessas com lugares para apertar, e que logo se tornam o centro da minha atenção e admiração. Acho soberbo ver que ainda existem mulheres que não se importam ou sabem conviver com a balança sem pirar. Anorexia e bulimia, tão freqüentes no mundo de hoje, nos jornais de hoje, na vida das mulheres de hoje. Fazem-me pensar que essas, pra mim, nasceram do construto social de que... Beleza é sinônimo de magreza. Uma cultura de massa que vem se promovendo e fundamentando no lucro. No consumo. Na baixa auto-estima dos indivíduos, que acham nessa cultura algo palpável e possível. De emagrecer e se tonar aceitável.

Oh, doce ilusão!

Tradição que é passada de mãe pra filha, de treinador para aluno. De geração em geração. Tudo girando em volta de estar bem (bem magro ou bem forte). No mundo dos homens é a busca pela definição dos músculos, algo, casualmente, nada saudável também, onde muitos perdem a noção e/ou a vida. Mas já nas mulheres, arrisco em dizer, que é algo que vai além. Um homem quando encontra uma parceira, acomoda, relaxa. Uma mulher não, sempre competitiva. Pode passar por fases complicadas e encorpar um pouco, mas tão rápido quando engordou ela decidi voltar à luta de cada dia em perder peso. Luta muitas vezes dolorosa. Sem frutos. Elas, ou eles, colocam na cabeça que do jeito que está é ruim. Mas me pergunto, ruim pra quem?

Como um macho, sei o quão importante é ter um corpo definido. Atraente. Mas também sei que não preciso disso pra ser feliz, ou conseguir uma garota. Nunca tive barriga de tanquinho, assim como nunca deixei de beijar na boca. Todo o modelo que é passado para nós apenas nos diminui, e às vezes pode até nos motivar a mudar sim, mas acredito, creio e espero que a aspiração para mudar (emagrecer) deva vir de dentro. É incrível como ATÉ a força de vontade nas pessoas é algo raro nos dias de hoje. Tudo é tão mastigadinho. De mão beijada. Nem o esforço de “querer“ nós temos mais! O que é bom ou ruim, certo ou errado, feio ou bonito já esta lá. Definido, pronto, esperando você apenas aceitar que aquilo é o certo e se tornar mais um no meio de milhões que seguem cegamente. Até dizer que “não sigo o modelo” é seguir um modelo. É difícil, quem sabe até impossível, nadar contra essa corrente. Estamos tão enraizados e envolvidos em tudo que acontece no mundo e com os outros, de modo pessoal mesmo, que se desvencilhar e dar menos importância ao corpo, imagem e ao que os outros pensam é quase impossível. Chegando ao ponto de que... Uma pessoa rechonchuda se torne bela de se ver, pois é quase... Puro, ver alguém que faz o possível para, tentar, ser simplesmente... Diferente.

Não quero colocar na cabeça de ninguém que ser gordinho é o máximo de rebeldia e beleza, ou que emagrecer é impossível e desnecessário. Só toquei num ponto, entre tantos outros, para nos fazer pensar em até que ponto o que fazemos é porque queremos, ou porque dizem que precisamos. Dedique-se a conhecer mais. Esforce-se de verdade para diminuir uns quilos se achar necessário, mas pare de sempre ir ao espelho para se recriminar. Se aceite. E aceite verdades inescapáveis, os quilos vão vir, as críticas surgir, e você, também, vai julgar.

“Às vezes o único espaço que temos sobre controle... São nossa pele e ossos.”



Felipe Dias
Felipe DiasIndivíduo invariavelmente normal... Bizarro! Um mineiro apaixonado pelo mar. Geminiano, mas amo como um pisciano. Prefiro frio ao quente. Sonho em voar, mas sou acrofóbico. Tenho um violão, mas não sei tocar. Tenho quatro tatuagens e sonho com a quinta. Deixei uma tartaruga fugir e engoli um balão. Sofri bullying e agora sou nerd. E digo sempre que estudo psicologia para entender as mulheres.

3 comentários:

  1. "ATÉ a força de vontade nas pessoas é algo raro nos dias de hoje."
    Bem isso.. ;D

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  2. Concordo com o texto... mto boom. :D

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  3. Deu até fome...rs
    Estou de voltaaaaaaaaaaa!
    Beijos,
    Theka
    http://comigomesmasim.blogspot.com.br

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