27 de junho de 2012

União de Letras Mudas (Um fim necessário).

Olá, pessoal! Hoje fui inspirada por um achado em minhas gavetas e quis compartilhar com vocês este texto de quando eu ainda tinha apenas quinze anos e uma paixão daquelas de novela! Eu era apaixonada, muito apaixonada, encantada por uma pessoa! E peço para ela a licença de tornar público este poema que era tão "nosso", tão dele. Agora são nossas, são palavras verdadeiras de um sentimento que hoje não é mais nutrido e que se transformou em profundo respeito. Agradeço a ele por ter feito parte de um momento tão importante para mim e me influenciado em alguns momentos, me apresentado um sentimento tão bonito e visceral. 

Foi uma bela história que poderei contar aos meus filhos e com orgulho, que me fez entender que o que vale a pena é a história e o aprendizado e não o final feliz. E fica o maior aprendizado: quando você gosta de alguém, quer vê-lo feliz com quem quer que seja, em todos os aspectos de sua vida, mesmo que você não faça parte disso. Bom, esse acontecimento foi nessa era da internet, MSN... Esse amor moderno.

Deixo o convite para que vocês curtam a página do blog no facebook para acompanharem as novidades e promoções que virão. Também continuo recebendo as suas sugestões e críticas no email avidaemmiudos@gmail.com. Um grande beijo e boa leitura.


"Tão bom morrer de amor e continuar vivendo!" - Mário Quintana


Abro a gaveta da escrivaninha, resolvo fazer uma verdadeira limpa, como sempre faço. Inicio a execução de um CD de Saltillo, a música: A Necessary End, iluminada por um pôr do sol encantado. E neste momento, executo também alguns sentimentos passados. E os sepulto.

Revirando as minhas coisas, depois de achar que tinha perdido estes escritos para sempre, encontrei uma folha meio amassada, borrada de lápis preto de olho. Revira o meu estômago. Estava lá, meio amassado também uma paixão adolescente, um encantamento que passou de uma forma meio pisada. Talvez tenha sido meu grande amor não vivido e que influenciou a entrada de muitas pessoas na minha vida e a não permanência de algumas promessas de amores. Nunca trocamos um beijo sequer. Mas trocamos planos de uma vida, planos que nunca serão concretizados. Afinal, hoje somos dois estranhos. Vivemos uma paixão platônica, fomentada pela distância, curiosidade e entusiasmo adolescente. Paixão de internet, talvez. Mas com um sentido muito mais real e laços de um passado que nos unia. Cruzamos noss primeiro olhar com 1 ano de idade. Neste dia, o que restou de tudo isso foi apenas um papel meio amassado e as seguintes palavras, ainda tão reais e que eternizaram um momento de uma garota de apenas quinze anos:

"União de Letras Mudas
Fernanda Rodrigues e Souza


São nesses momentos 
em que o coração fraqueja,
que conseguimos despertar para o real.

São nesses momentos em que o surreal
toma conta de sua mente
e leva o que já havia em mente
a transbordar.

É nessa inundação de sentimentos e tormentos,
que o tumultuoso se acalma.
E o egoísmo desfalece,
já que percebe que tem alguém ao seu lado.

Mesmo que esse alguém 
só se torne presente
em palavras -
união de letras mudas-
que desemudecem a razão 
e emudecem a alma.

Nesse instante, o simplório ato de ler
se torna decisão,
não algo momentâneo,
mas a tomada do trajeto de uma vida.

E, não por acaso, 
percebe que o imperceptível do viver
não é tão oculto e inteligível
quanto imaginava.

Exerga o mundo de oportunidades
que se abrem em sua frente.

Contempla o som silencioso
da canção que toca o seu ser.

Sente o afago intocável que acalma o coração.

Invade a saudade do desconhecido.

Percebe que mais vale sinceridade a palavras afetuosas que o poupam.

Questiona a vida.

Sonha com o que já não mais sonhava.

Sente falta.

Chora e vê a sua força
representada por pequenas e frageis lágrimas
que nascem nos olhos
e morrem em sua boca.

Sente o coração apertado.

Sente a presença ausente.

Abre os olhos e vê
que não há ninguém ao seu lado.

Pensa consigo:
"Tudo valeu,
E o que farei,
Valerá muito mais!

'Dedicado à uma pessoa que, em pequenos instantes longínquos, consegue se fazer presente em minha vida, não por hora, tão fortemente.'."

Isso foi em 2007. E nada mais sobrou dessas palavras, somente alguns sentimentos desencaixados, uma História do que não foi e "Um fim necessário", como diz a canção que ainda se repete enquanto digito este texto. 

2 comentários:

  1. Ei, em 2007 eu tinha 15 anos também! haha

    Muito incrível como você já escrevia tão bem, fiquei impressionada! (:

    Belo Poema.

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  2. Em 2000 eu tinha 15 anos.Muito tempo atras...Mas as sensações dessa idade sao universais...
    Me faz uma visita? http://mardeletras2010.blogspot.com.br/2012/06/desperta-tu-que-dormes.html

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