14 de junho de 2012

{18} Dias Contados: A Viagem.



Olá, pessoal! Primeiramente, mil desculpas por atrasar o texto, mas algumas questões familiares se fizeram presentes e inadiáveis! Logo, tive que deixar para terminar agora. Bom, hoje é dia de Dias Contados! A novela das nove do blog. Agora que Raquel vai fazer intercâmbio, como fica Danilo, Antonio e Pedro? Descubra agora, em mais um texto da série! Estamos chegando em seu final, algué vai sentir falta dos personagens?

Gostaria de convidá-los a curtirem a página no facebook e a continuarem a mandar suas sugestões para o email avidaemmiudos@gmail.com. Um grande beijo e boa leitura!


"Quero reescrever a minha história, na verdade, escrever novos capítulos e  desvendar  novas pessoas..."- Fernanda e Souza


Peguei as minhas malas, estava de partida para o desconhecido.  A curiosidade antes adormecida dentro de mim reapareceu com tudo. E em forma  de frio na barriga: borboletas voavam em meu estômago e meu coração se acelerava a cada zíper que era fechado. Esperava que realmente tudo estivesse ali dentro. Verifiquei novamente todos os papeis, documentos, tudo o que precisava: olhei uma foto minha com Danilo que ainda estava no painel acima da minha cama, a retirei coloquei na minha bolsa. Ele tinha sido especial e queria levar as lembranças comigo!

- Vamos, Raquel! Temos que chegar o mais rápido possível ao aeroporto! – Minha mãe gritou afobada. Acho que ela estava mais ansiosa do que eu para a viagem e com um medo enorme de me ver novamente partindo para longe de suas asas.

- Sim, mãe, já estou indo, só me certifico se está tudo nos conformes! – Fechei a janela e me despedi mentalmente do meu quarto. – Chama os meninos para me ajudarem com as malas! – Gritei. Alexandre e Tales, meus irmãos, apareceram na porta do quarto.

- Ah, não, o trabalho pesado sempre fica pra gente! – Reclamou Tales, o mais novo.

- Dez reais por metro! – Queria me manipular o do meio. – Falou?

- Tratem de andar logo com isso! – Minha mãe pegou minha frasqueira e deu um tapinha no ombro de Alexandre. – Você é grande mas não é dois! E ninguém fala mais nada até chegarmos ao carro! – Os meninos obedeceram. Adoro esse poder que minha mãe tem de calar os dois!

Fechei a porta do apartamento com todo o cuidado e senti o cheiro peculiar que ele tinha. Era do meu perfume preferido. Aquilo ali era eu, sabe?

No carro, Tales jogava algo no seu DS e Alex escutava suas músicas no mais alto volume nos fones que estava no ouvido, aquele chiado me deixava irritada normalmente, mas dessa vez estava me fazendo feliz.

Depois de todo o silêncio disfarçado, minha mãe o quebrou com algumas palavrinhas de muita intensidade para mim:

- Então, como ficaram Pedro, Danilo e Antonio com isso tudo? Conseguiu se despedir, afinal?

- Não, mãe. Não tive coragem. Mandei um email para cada um deles, melhor assim. – A caneta que estava entre os meus dedos, escapuliu e caiu entre meus pés:  eu estava terminando de anotar algumas coisas que queria que minhas amigas fizessem para mim, do tipo: cuidar da Mimi.

- Você não quis vê-los novamente?

- Não quis me despedir, mãe!

- Mas...

- ... Mas nada, mãe. MAIS nada!

No saguão do aeroporto, antes do embarque, vi umas carinhas conhecidas, e, claro, lá estavam Elisa, Ívina e Lúcia! Todas transparecendo muita felicidade, exceto Ívina:

- Vai me abandonar mesmo? – Ela disse.

- Só por seis meses, gata! Vai passar rapidinho! – Eu sabia que ia demorar um pouquinho, mas queria ficar longe da crise familiar que se apresentava para mim: meus pais se separando. E meu pai não estava ali para se despedir de mim, me aborreci.

Abracei todo mundo, quando me deparei com os olhos de Antonio:

- Não acredito que você ia sem me dar um abraço!

- É que eu... – Antonio não me deixou terminar, me abraçou e me deu um escapulário para me proteger durante a viagem.

- Meus pais querem que você faça uma visita a eles! E não me olhe com esse jeito espantado: eles já sabem que foi tudo uma pequena farsa!

Não vi as caras das minhas amigas nessa hora, mas imaginei Elisa torcendo o nariz com tanta pieguice, Lúcia se derretendo e Ívina balançando a cabeça meio sem entender! Respondi:

- Então tá! Eu os visitarei!

- Parem com essa coisa toda, tem uma pessoa precisando correr para o embarque, já está na hora! – Minha mãe disse surtando. – Ah, sim, OI, ANTONIO! Meu quase genro preferido!

Não quis mais escutar a partir daí. Abracei novamente meus irmãos, eles estavam chorando. Envolvi minha mãe com muita força entre meus braços:

- Se cuida, mulher da minha vida! Se cuida ainda mais agora!

- Isso não é coisa de filha dizer para mãe! Juízo lá. – Uma lágrima escorreu do olho esquerdo dela. – Ei, você está levando curativo? Eu sei que essa bota te machuca um pouquinho! – Enxugou a face. Eu disse que estava levando sim, mas era mentira.

Então fui, conferiram minha passagem e fui. Deixei todo o peso para trás. Todas as minhas dúvidas brasileiras. Agora era hora de iniciar mais um capítulo de minha vida. Talvez um livro novo, com histórias e questionamentos novos. Hora de crescer mais um pouco.  Raquel ia se refazer.

Sentei na minha poltrona, coloquei para tocar em meus fones minha playlist mais adorada! Resolvi fazer um blog para contar algumas histórias da antiga Raquel, mas só quando eu chegasse no meu destino. Já sabia até com que história iria começar: sem identificar a pessoa, ia escrever sobre Pedro e a última vez que nos vimos. Ele me beijou, mesmo namorando e amando a sua namorada. Fiquei um pouco mal com isso. Não aguentava mais guardar isso para mim... 

Enquanto repassava este episódio em minha cabeça, eu ainda não tinha desligado meu celular, chegou uma mensagem de Ívina dizendo: “Vc não sabe quem está aqui. Chuta! Ah, não chuta, Danilo!”. Mas eu já não podia fazer nada, queria poder sair do avião, o que pude fazer foi mandar uma mensagem para ele correndo:  “Desculpa, mas já estou aqui dentro!”. Depois de um minuto, recebi uma outra dele: “Se você acha que pode partir assim, quem sou eu para questionar?  De vez em quando é bom ter coração!”. Desliguei o celular. Quem era ele para dizer que eu não tinha coração? Sabendo que o meu coração não conseguiria se despedir dele sem que pontadas o torturassem, fiz o que fiz. E fiz. E parti. Beijos para quem ficou!

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