10 de maio de 2012

{8} Dias Contados: Vambora!

Olá, pessoal! Hoje é quinta-feira, dia de mais um texto da série "Dias Contados", escrita em parceria com meu amigo Felipe Dias. O post de hoje é de minha autoria. 

Raquel e Danilo estão se conhecendo melhor. Raquel está ficando mais romântica e espontânea, se deixando levar pelos encantamentos desse novo sentimento. Danilo, tenta ficar mais desapegado, não quer sofrer de novo por amor. Mas, por impulso, convidou Raquel para ir à uma festa com ele. Será que ela aceitou? O que esta noite nova reserva para os dois? Uma noite agradável e cheia de troca de carinhos ou não? Descubra agora! Para entender melhor a série, procure no arquivo os textos com "Dias Contados" no título. 

Gostaria de lembrar a vocês que suas histórias, sugestões de temas e críticas são muito benvindas e aguardadas no e-mail avidaemmiudos@gmail.com. Um grande abraço e boa leitura!

"Porque eu só preciso de pés livres, de mãos dadas e de olhos bem abertos." - Guimarães Rosa

Batom, chiclete de menta, chave de casa, celular, documento do carro, carteira com documentos... Presente. Acho que não faltava mais nada para colocar na minha bolsa. O que eu queria deixar para trás era aquele estranho frio na barriga, mas esse não queria ficar de jeito nenhum. Estava meio atrasada, era um dia chuvoso, daqueles em que o melhor a se fazer é ficar em casa. Ou não. Tinha combinado com Danilo de ir ao aniversário de uma prima dele. Não conhecia ninguém, mas acabei aceitando o convite. Só depois que eu percebi que estaria no meio de completos estranhos, droga! Bom, naquela tarde de chuva, ele bateu o carro e fiquei de buscá-lo para irmos juntos à festa, ele me daria as coordenadas, já que não conhecia o local.

Parei na frente de seu prédio. Mandei uma mensagem avisando que havia chegado. Em menos de 5 minutos ele apareceu na portaria. Meu coração se acelerou. Destravei as portas do carro e ele entrou. Me cumprimentou com um beijo na bochecha e um abraço apertado. Nenhum selinho sequer, estava me confundindo. Que perfume gostoso... Bom, depois de uma conversa animada durante o trajeto, chegamos na casa da aniversariante. Só podia ser ali, devido ao grande número de carros estacionados na porta e à música que provinha dali.

Descemos do carro, ele me cumprimentou de verdade, com um abraço e bagunçou todo o meu cabelo. Não que eu me importe muito com cabelo, mas eu, de alguma forma, queria estar mais arrumada do que o habitual, era a primeira vez que ia sair em público "fechado" com ele. Torci o nariz para Danilo e dei um soquinho em seu ombro. Ele se riu. Ao chegarmos na entrada do salão de festas, torci o pé, ele me segurou, me deparei com aquelas pessoas, ele continuou, parei. Bom, aí ele entrou em ação e segurou a minha mão e me levou para dentro. Naquele momento todos me olharam, inclusive uma menina que estava em um canto e que levantou seus olhar no instante em que viu Danilo. Percebi que ele abaixou a cabeça e que ela virou seus olhos para mim de um modo nada agradável. Descobri que aquela era FULANA, a ex namorada dele.

Para mim, tudo bem, mas não fiquei muito confortável... Era nossa primeira saída em meio a outras pessoas e eu não queria passar por aquilo tão cedo. Afinal, não sabia lidar com a situação, não tinha ex na minha vida, nunca havia namorado...

Danilo era uma companhia agradável, estava me questionando se sentia algo mais forte do que amizade, por ele, e perguntei para o coração, que me respondeu com uma pontada de ciúme, quando vi a ex se aproximando para cumprimentá-lo. Percebendo que ela caminhava com passos de modelo na passarela e em nossa direção, fingi que meu celular estava vibrando e saí dali. Observei a minha volta e percebi que a moça loira, de vestido azul turquersa, era a aniversariante.

Cumprimentei, me apresentei a Helena, desejei parabéns e entreguei o presente que tinha levado: um conjunto de pulseiras que eu mesma fiz. Parece que ela gostou! Engatamos um papo rapidinho e logo me ofereceram um copo de cerveja. Não gosto muito dessa bebida, mas visto que Danilo continuava conversando com você sabe quem, olhando nos olhos dela, peguei o copo e virei. Peguei mais um. Esqueci que estava dirigindo.

Juro que não vi o tempo passar, e até a hora de cantar Parabéns, já tinha conversado com todos da festa. Saí na maioria das fotos e já tinha trocado telefone com um monte de gente. Parece que ELE tinha se esquecido de mim. Olhei para os lados e não vi nenhum resquício de Danilo e sua ex no salão. Caramba, eu devia ser muito querida mesmo! Foi quando surgiu a tequila. Virei duas ao mesmo tempo. Arriba! E cambaleei.

Pedro, um menino que eu acho que estava meio interessado em mim, veio em meu socorro e me ofereceu um copo de água, mas bêbada sou temosíssima! Não aceitei, disse que estava bem. Mas ele continuou ao meu lado e me levou para fora para tomar um ar. Nos sentamos num banco que tinha ali na área de lazer. Chuviscava um pouco. E vi, mais a frente, num muro que dava para uma vista linda do bairro, um casal conversando. Adivinha quem eram? Abaixei a cabeça quando percebi que ia acontecer um beijo entre os dois, pelo menos estava prestes a acontecer... Abaixei a cabeça e Pedro viu que eu não estava bem, quando se aproximou, em um ato de vingança, pressionei meus lábios aos seus. Ele correspondeu. Danilo viu. Tudo isso ao mesmo tempo.

Então, escutei uma voz feminina meio que gritando: "Danilo, volta aqui!", senti Pedro ser puxado violentamente de meus braços e levar um sermão! Juro que não tinha estômago para aquilo e corri para dentro. Ver a cara daquela menina na minha frente e escutar a sua voz não estava me fazendo bem algum. Vi uma porta aberta, entrei, era o elevador. Pressionei todos os botões e fiz uma ligação, demorei um pouco para achar o número que queria, estava tudo embaralhado por causa do álcool, minha voz saía estremecida: "Antonio, tudo bem? Você tá a fim de fazer alguma coisa?". Passei o endereço de onde estava (por sorte me lembrava ainda) e em alguns instantes ele estaria ali para me buscar. Simples assim.

Antonio era um cara legal, gostava realmente de mim, tinha deixado de responder a suas mensagens e a suas investidas depois que Danilo tinha aparecido. Não era justo eu brincar com seus sentimentos. Mas naquela hora, não pensei nisso. Já tínhamos passado até um Dia dos Namorados juntos, a convite dele, fomos a um restaurante italiano e dormimos, só dormimos, abraçadinhos naquela noite. Eu era uma garota de sorte... Ele fazia qualquer coisa para estar comigo, tanto que estava indo para um lugar bem longe da sua casa só porque eu havia telefonado.

Voltei ao salão de festas, para buscar a minha bolsa. Vi a cara de preocupação de Danilo, me procurando e percebi que tinham umas sete ligações e duas mensagens dele no meu celular, achando que tinha ido para casa dirigindo naquele estado.

Quando Danilo me viu, veio correndo, com cara de poucos amigos, me chamou de doida, falou que não era para eu fazer aquilo, perguntou se eu achava que ele era "trouxa", quem eu achava que era... Enfim, o que importa é que eu respondi com silêncio. Não queria falar nada com ele. Me dirigi à portaria sem dizer "Tchau" para ninguém e ele veio atrás de mim. Me perguntou se era louca em dirigir daquele jeito. Falei: "Se o problema é dirigir nesse estado..." e entreguei a chave do carro para ele. Danilo disse: "Então, vambora, vou te deixar em casa.". Não respondi, segui em direção ao cara que estava em pé ao lado de um carro prateado. Cumprimentei Antonio e entrei no carro. Danilo ficou estático.

- Raquel, como é bom te ver! Para onde vamos? - Me perguntou, cantando pneu ao arrancar.

- Vamos para qualquer lugar. - De preferência, bem longe daqui.

- E aquele cara lá na porta, quem era?

- Bom, isso, depois eu te explico. - Segurei a mão de Antonio como quem se agarra a um colete salva vidas num naufrágio. - Vambora, pra onde você quiser.

3 comentários:

  1. Gostei da Raquel viu ! vai mesmo minha filha ! coragem !

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  2. Noooooossa!
    Eu vim ler o texto esperando aqueeele mimimi
    de romancezinho e me surpreendi, muito!
    Melhor do qe eu esperei pra hoje! Mandou bem!

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  3. Fernanda, primeira historia sua que leia, e sinceramente gostei muito, consegui visualizar todas as cenas em minha mente. o legal é que me identifiquei com algumas partes... a historia ficou a sua cara! xD

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