Fim: Ponto Final e Parágrafo

Olá, meus queridos! O post de hoje une café, já que hoje é o dia da bebida mais querida do mundo e a história de um relacionamento verdadeiro e cheio de intensidade, que se encontra perto de seu fim. Como continuar depois de um ponto final? Como é perceber uma pessoa saindo de vez da sua vida?

Gostaria de agradecer às sugestões e aos recados de encorajamento que estão chegando todos os dias! Continuem participando enviando e-mails para o endereço avidaemmiudos@gmail.com. Tenham uma boa leitura!

"Como é bom amar alguém de verdade, sem medo de arriscar, sem medo de doar, sem medo da ilusão, sem medo de amar, sem medo de ser feliz!" - Verônica Medeiros

Ali estava a garota, em meio a soluços se lembrando de tudo o que havia vivido com ele. O passado estava de volta, impiedoso, nunca havia se mostrado tão cruel... A fazia reviver momentos de ternura, dúvidas, alegrias, tristezas e sutilezas. Tão cheio de detalhes que mais parecia um retrato.

Deitada em sua cama, tomava um café bem forte... O calor da bebida misturado àquele odor exalados da xícara fizeram as lembranças ficarem ainda mais intensas! Tão intensas quanto o café, bebida que desperta tantas sensações tanto em quem o bebe quanto em quem somente está ao lado apreciando seu odor. Odor forte e marcante, que ninguém se esquece. Assim como o sentimento que ela nutria por Leonardo. Qualquer pessoa que estivesse perto daqueles dois, percebia a magnitude do que sentiam um pelo outro, tanto que ao falarem de um, era inevitável pensar no outro.

Leonardo era o primeiro cara que ela permitiu que entrasse em seu coração, sem bloqueios ou questionamentos, apenas se deixou levar por uma pureza de intenções e desejos... Quando percebeu, ele estava lá, ao seu lado. Foi seu primeiro homem, se é que vocês me entendem.  O primeiro que ela se deixou sair mais de três vezes, o primeiro para quem ela disse “Eu te amo”, o primeiro e único a ir para a cama com ela...

Sem hesitar quis que ele fosse o primeiro, ele já havia tomado conta de seu corpo mesmo, por que não viver com ele aquele momento tão íntimo e tão pleno? Se perguntou e não achou motivos contrários a isso. E foi tão perfeito e inusitado! Ela estava tão segura... Havia tanta empatia que os corpos se uniram num só como se já tivessem nascidos grudados...

Os dois juntos eram quentes, sempre que se encontravam, não havia lugar para meio termo. Nem para frio. Tinham de se manter aquecidos. Como o café, se esfriasse, eles iriam perder o sabor e ficariam sem graça. Foi isso que começou a acontecer.

Dias antes, ela já sentia que as coisas não estavam indo como ela queria. Não estavam mais plenas. Ele começou a desmarcar encontros, a se afastar, a ser frio. E café frio não é nada agradável! Cíntia já se preparava para o pior! E ele ligou, queria conversar, ali ela via o fim se aproximando... A sensação de estar perdendo uma pessoa e não poder fazer nada para evitar que isso aconteça, tomava conta de suas entranhas, enchendo sua cabeça de angústia e seus olhos de lágrimas, enquanto estava deitada na cama.

Tomou um gole de café e sentiu o frio do medo que assolava seus pensamentos. Talvez fosse melhor que não tivesse conhecido o “Xuxu”, teria evitado tanto estresse e sentimentos controversos...

Mas e se não tivesse permitido que ele entrasse e virasse de ponta cabeça a sua vida e o seu coração? Se não tivesse vivido aquela história? Se não tivesse esperado por ele para ser o seu primeiro cara? Eu respondo, não seria ela mesma. Não amaria e não se permitiria ser legítima. Ela tinha que agradecer a ele por ter ajudado aquela menina a se tornar uma mulher, a se importar, a querer ser melhor do que ela mesma! Como se lembrar dela antes de Leonardo aparecer em sua vida? Aquela menina não existia mais. Se não tivesse vivido aquilo tudo com ele, seria protagonista eterna de uma peça que nunca estrearia... Percebeu.

Viver é escrever com caneta e virar a página. É encerrar capítulos. É como uma xícara de café, doce, amarga, que desperta tantas sensações, mas uma hora acaba e só nos resta nos servirmos novamente para experimentarmos tudo aquilo de novo. A xícara até poderá ser a mesma, mas poderá conter um café mais forte, mais fraco, mais doce, sem açúcar... 

Terminou de beber o café, que deixou um sabor de “quero mais” em sua boca. Colocou a xícara de lado, meio desleixadamente, fazendo com que ela caísse e se espatifasse no chão! Não queria recolher os cacos naquele momento, não podia. Fechou os olhos marejados e dormiu à espera do dia que viria, provavelmente, com um fim e um recomeço. Ponto final e parágrafo.