19 de abril de 2012

{3} Dias Contados: Vidas Cruzadas.

Olá, pessoal! Esse é o terceiro texto da série "Dias Contados". Já conhecemos O Danilo e a Raquel. Agora os dois vão se conhecer numa calourada, a história é contada pelo ponto de vista dele, logo, o texto é do meu querido amigo Felipe Dias. Como duas pessoas tão diferentes vão se comportar e conversar? Será que vai rolar um clima? Ou não? Saiba isso e mais lendo o post! 

Participem do blog, contribuindo com sugestões, mandando suas dúvidas e críticas para o e-mail avidaemmiudos@gmail.com. Um grande abraço e boa leitura!


"Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha." - Fernando Pessoa


Snap... Snap... Snap... Era o som do meu isqueiro, o qual acendia e apagava sem perceber. TOC!, talvez, afinal eu não fumo. Tava mais como um meio de aliviar a tensão. Tensão aquela que acabava de surgir e começaria a  me incomodar e muito. O álcool entra e a verdade sai. Era a frase que vagava em minha cabeça quando me apoiei na bancada mais próxima para pensar na vida e beber uma cerveja. Eu precisava, afinal, o álcool entra e as memórias, também, vêem. Passei o dia evitando aquele momento, porém... Um evento qualquer na calourada, não mais do que semelhante a uma memória com minha ex, me fez parar pra pensar.

Penso de mais. Cheguei a essa conclusão quando percebi que minha cerveja esquentara. E assim decidi ir até o bar, no qual, apesar de ter centenas de pessoas pedindo aos berros e empurrões seus copos cheios novamente, existia uma brecha. Pequena. Entre um cara, que tinha duas vezes o meu tamanho e uma menina. Bonita? Talvez. Estava de costas, mas vestia uma roupa que deixava a desejar. Morena. Do jeito que eu gostava. Mas não podia me distrair, pegar cerveja rapidamente e gelada era uma arte. Arte a qual sou mestre. Meu único objetivo, no momento, era preencher mais uma vez o copo com aquele líquido maravilhoso que faz sumir todos os problemas.

Então, sem perceber, ao me deixar levar por aquele movimento ondulante e prazeroso que a cerveja provocava em meu corpo, esbarrei no cara enorme. Ele tinha aquelas tatuagens gigantes e tribais que vinham do ombro e desciam pelo antebraço todo. Ridículo. Rato de academia. Porém forte de mais pra mim. "O que faço agora?". Quando você pisa no pé de alguém ou mesmo quando você dá aquele esbarrão de ombros na rua, você por reflexo, pede desculpas. Simples, fácil, indolor. Mas quando você tropeça no calcanhar de um cara maior que o seu armário e DERRAMA cerveja nele. Seu copo quase cheio! Eu diria que nem desculpas resolvem. Pelo contrário, QUALQUER palavra, gesto ou pensamento sobre o assunto, apenas um, já basta para ele te espancar até a morte.

E inteligente, ou bêbado, que sou, pedi desculpas. Aí... Sabe quando você acha que está fazendo um discurso, usando palavras difíceis e explicando detalhadamente o porquê daquela situação já acreditando que dará tudo certo? Então... Não era esse momento. Pelo contrário, se consegui pronunciar “Desculpa”, foi muito. E muito também foi a minha sorte. Porque de um jeito mágico (amnésia alcoólica) eu simplesmente já não estava mais naquela bancada de bar. E sim no gramado da chopada, perto da piscina e de frente para aquela morena com altas chances de ser bonita. E realmente era. Ela simplesmente me salvou! Depois ela me contou como, mas agora a única coisa que importava era pensar nas palavras. PENSAR. Eu precisava decidir direito o que falar. Tinha acabado de ser salvo por uma gata e ela ainda não tinha saído correndo.  E eu precisava desesperadamente me concentrar!

Se eu fiquei bêbado de raiva, tristeza, felicidade... Não sabia, e não queria saber, qual ou quais sentimentos me fizeram ir naquela festa e ficar bêbado. Só me importava entender o porquê daquela mulher estar sorrindo tanto ao conversar comigo. Já me sentia menos bêbado e ao mesmo tempo mais envergonhado também. Não sou um cara ruim com as palavras. Mas “chegar” em mulher NUNCA foi, e será, o meu forte. E aquela situação deixava bem claro isso. Porém me sentia leve, feliz, animado! Ela simplesmente me fazia bem. A conversa estava produtiva! E ela sorria. E como sorria das minhas piadas, das horas que eu enrolava a língua e principalmente quando eu a elogiava. Fascinante, é a palavra certa para defini-la. E intrigante de um jeito que me fez esquecer o tempo e o motivo de estar naquela festa. Conversamos sobre tudo e todos. Faculdade. Família. Filmes. A vida, o universo e tudo mais. Ela simplesmente falava o que eu precisava ouvir!

Quando vi, tinha que ir. O último ônibus estava por vir. Logo, me vi simplesmente me despedindo dela. E assim como ela surgiu, ela se foi, e eu me peguei sentindo algo. Premonição?  Desejo? Ou apenas uma sensação de que veria aquela mulher novamente. "Whatever!". Horas pareceram minutos ao lado dela e após uma troca básica de contatos e uma troca muito da sem graça, da minha parte, daqueles beijinhos de despedida, fiquei a fita-la de costas indo em direção às amigas. Eu sorria. E percebi que nem cerveja tinha mais em meu copo pra esquentar. A última coisa que fiz foi pensar ao lado dela. Apenas fluiu todo aquele momento. E me vi sem problemas, provas ou trabalhos, e também me vi sem aquela dor do término. Vi-me livre para seguir em frente.


2 comentários:

  1. Muito viajado esse texto. asudhaushduashduahsd
    É baseado em algum fato ou você tirou da sua cabeça?
    Merece um livro, hein.

    Beijos da Cléo.
    http://vejoporai.blogspot.com.br

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    1. Ei, Cléo! Então, essa é uma história fictícia, é uma série que eu e um amigo estamos escrevendo juntos. Se você curtiu, leia os textos anteriores para entender melhor! Toda segunda e quinta saem as sequências da série. Fique de olho porque a gente sabe como ele começou, mas não sabemos quando termina! (Esse texto foi elaborado pelo meu amigo e o próximo eu vou escrever a partir desse!)

      Aqui seguem os links:

      http://avidaemmiudos.blogspot.com.br/2012/04/dias-contados-ola-raquel.html

      http://avidaemmiudos.blogspot.com.br/2012/04/dias-contados-ola-danilo.html

      Beijos e obrigada pelo carinho!

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