12 de abril de 2012

{1} Dias Contados: "Olá, Raquel."

Olá, queridos leitores, hoje é o lançamento de uma ideia tive que com o Felipe Dias. Como o texto que ele escreveu a partir do "Amizade. Amor. Um. Dois." é um dos mais lidos do blog, resolvemos fazer uma parceria escrevendo uma série que se chama: "Dias Contados", que mostrará a vida de duas pessoas que se conhecem, o desenrolar dessa história cheia de "acasos", o envolvimento entre elas. Nem nós dois sabemos o que acontecerá com os personagens, escreveremos textos alternados, sem debatermos o futuro da história.
Criamos dois personagens com personalidades diferentes e toda quinta eu postarei um texto meu para a série e toda segunda será postado um texto do meu querido amigo Felipe. Fiquem ligados! Aqui segue o primeiro texto da série e conheça Raquel, a protagonista, idealizada por mim.

Esperamos que vocês gostem!

Lembro a vocês que estou aberta para sugestões de temas e melhorias para o blog, fiquem à vontade para contribuir mandando um e-mail para avidaemmiudos@gmail.com. Aguardo a sua participação!

Boa leitura!


"Não sou uma pessoa, sou uma agremiação de vários personagens,cada um deles com uma personalidade diferente, que se alternam de forma cíclica."- Renato Toporoff. Assim, também sou Raquel.

Chegara em casa após mais um longo dia na faculdade. Estudante de Engenharia, tinha acabado de sair de uma enorme prova de Cálculo I, estava fazendo a matéria pela segunda vez... E em semana de prova de Cálculo, ela não dormia, não comia direito, vivia na biblioteca e seu combustível era café com coca-cola. Quem faz engenharia, sabe.

Exausta, jogou sua mochila no chão da sala e ao mesmo tempo já se despia. Seu corpo e sua mente pediam encarecidamente por um belo banho...

Pegou a sua toalha em seu quarto, adentrou o banheiro, deu um pulinho até o Box e apalpando a parede, procurava o registro para abrir a água do chuveiro. A água caía quente e abundante em seu corpo curvilíneo, moreno , provocando um arrepio momentâneo, e passava por seus cabelos negros e lisos, lavando a sua alma.

Enquanto se ensaboava (ela tinha quatro tipos de sabonete para usar durante a ducha), pensava em seu dia, suas ações, seus anseios e no que esperava da vida. Banhos são ótimos para nos fazerem pensar. Acho que a maioria das pessoas resolvem tomar banho mais para lavar os pensamentos e não só o corpo.

Pensava em suas notas, seus pais, seus irmãos, na festa que viria no final de semana e nos tantos amores que despertara nos últimos tempos. Eram amores passageiros, que duravam o tempo exato para a deixarem empolgada, curtisse, achasse o cara gente boa e descobrisse suas qualidades, mas ela nunca chegava na fase de conhecer os defeitos. Para que ficar sabendo dessas coisas desagradáveis? Ela queria só o lado bom das relações. Não queria se apaixonar, queria no máximo se encantar e viver o momento, sem cobranças, sem dor de cabeça e com muito desejo. E se a fase de desejo passasse? Antes das coisas esfriarem, ela já se adiantava e dava um jeito de se afastar do rapaz, que, coitado, ficava sem entender nada.

Raquel era assim. Queria viajar o mundo, ser independente financeiramente, se descobrir completamente. E aí, quem sabe um dia se enroscar com alguém e ter seus cinco filhos? Ou não. Isso não a incomodava de forma alguma.

Ficou ali se questionando se estava certa em não ficar mais um tempo com aquele cara que ela conheceu na última festa. Tá que o seu beijo não era lá aquelas coisas, mas com o tempo poderia melhorar, não é mesmo? Ou será que era melhor dar uma chance pro carinha da faculdade que fazia uma matéria com ela e que estava se aproximando nas aulas? Enquanto pensava nisso, um pouco de shampoo caiu em seu olho esquerdo e ela iniciou uma procura desesperada pela toalha que estava pendurada ao lado. Achou. Limpou o olho. Era melhor não pensar nisso.

Terminou o banho. Se enxugou lentamente, passou seus cremes delicadamente, escovou os dentes com muito cuidado e já se preparava para dormir, quando viu uma mensagem em seu celular. Era aquele amigo da Ester que pediu o número dela e não se cansava de insistir em chamá-la para sair. Ela já tinha sido clara de que não havia essa possibilidade, com ela era um por vez. E não se fala mais nisso! Pacientemente, foi cordial em sua resposta, mas vetou qualquer tipo de contato maior.

Então, vestiu sua camisola, penteou as madeixas, se enfiou embaixo das cobertas, leu o último capítulo do livro que estava acompanhando naquela semana, intrigante, como ela.  Mandou uma mensagem para o “rapaz que conheceu na última festa”. Pensou na roupa que iria usar na calourada do dia seguinte. Se recordou do sorriso que uma criança lhe lançou na rua. Agradeceu pelo seu dia. E dormiu com seus anjos e demônios. Não resolveu nada. Não se incomodou com nada. Apenas dormiu. Do amanhã, meus caros, o tempo cuida.

3 comentários:

  1. Que inveja da Raquel, vou até colocar mais sabonetes no banheiro !

    ResponderExcluir
  2. Huahauahau ao tomar banho consigo pensar em 3 sabonetes, depois quero saber qual é o 4º! kkkkk

    ResponderExcluir