16 de abril de 2012

{2} Dias Contados: "Olá, Danilo!"

Olá, queridos leitores! O texto de hoje é a continuação da série "Dias Contados" que está sendo elaborada em parceria com meu amigo Felipe Dias. Esse texto é de sua autoria e o Danilo é de sua total responsabilidade! Espero que vocês gostem do nosso protagonista, que cruzará a vida da Raquel, que foi apresentada na quinta-feira a todos (se você não conhece a protagonista, clique no nome dela ali em cima). 

Gostaria de lembrar que a sua participação é muito importante, pois esse blog é feito para e pelos leitores, com sugestões de temas, críticas e dúvidas... Para colaborar, mande um e-mail para avidaemmiudos@gmail.com. Se gostar do blog, indique aos amigos.

Conheça o Danilo e tenha uma boa leitura!

"Um amor, uma carreira, uma revolução: Outras tantas coisas que se começam sem saber como acabarão." -  Jean-Paul Sartre.



"Céu mudou, tá chovendo amor! Gotas de amor!" - Dizia a música que eu escutava um dia desses no ônibus, indo para a faculdade. Música maldita! A última coisa que estava chovendo na minha horta era amor! Quem sabe tristeza? Raiva? Arrependimento? Eu só sei que todos esses sentimentos vieram à minha mente quando eu a vi passando pela roleta. O ônibus estava lotado. Todos os lugares estavam ocupados. Menos a poltrona ao meu lado. Destino? Pensei em sorte e acabei descobrindo que era azar!

Devíamos estar fazendo sete meses. Ou eram oito? "Whatever". As coisas já tinham desandado mesmo... Primeiro coloquei a culpa nela. Depois em mim. Depois nela de novo. Depois na minha família, faculdade, trabalho e, por fim, na minha tartaruga! Todo mundo era culpado! Só podia ser! Não fazia sentido um namoro que eu achava perfeito e prazeroso acabar assim, por falta de sentimento. Ao menos era isso o que eu pensava! Aquela maluca não expressava nada! Gelo, frio, gelado, nunca conheci tão a fundo essas palavras!

Não importa mais! Pedi para terminar e agora aquela menina estava redescobrindo a noite, usando vestidos curtíssimos e beijando estranhos, e estava prestes a se sentar ao meu lado. Desliguei a minha música. Eu já a achava fria antes, imagina agora que ela evitava até meus cumprimentos e olhares na rua! Mesmo assim, burro, bobo, tolo, como sou, puxei papo. "'Puts', que decote!", não tinha como não reparar! Assim como não tinha como não pensar no passado. Nas noites. Nos beijos. Nas conversas. E naqueles... Olhos! "Na moral", eu conversei "de boa"! Não falei sobre sentimentos, passado ou coisas do tipo, apenas puxei assunto. E sabe o que eu recebi em troca? Frases curtas e uma busca desesperada da parte dela para encontrar os fones de ouvido e esquecer o mundo exterior.

"Afeto, filho da... MÃE!". Sou aluno de Psicologia e ainda não sei bem que linha seguir. Mas outro dia numa aula de Psicanálise, a professora explicou o processo de Recalcamento. Para o senso comum, esquecer aquilo que te aflige e sofrer com isso. Para os Psicólogos, de um modo bem simplista, seria um processo no qual você "transfere" uma ideia ou pensamento, da sua consciência para o inconsciente (local inalcançável por conta própria) esquecendo, assim, aquilo que te incomodava. MAS, o afeto fica, e o mesmo seria o elo emocional que nasce com aquela situação, objeto ou (UMA MALDITA) pessoa. E quando esse afeto mascarado por doenças mentais ou patologias vem à tona, você acaba revivendo todos aqueles momentos dolorosos.

Foi aí que esse afeto veio à tona. Me deixando mal, pra baixo, mas também com uma vontade louca de beijá-la. Eu sentia algo inexplicável por ela! Algo que ia além daquela raiva que estava sentindo no momento e me fazia querer aquela garota mais e mais. Eu não podia. Tinha me decidido por terminar. Tinha, queria (?), tocar para frente. Passar a boca. Viver!

E foi o que eu fiz... O que eu NÃO deveria ter feito! No caso, deveria ter ligado a música também, e a ignorado. Mas não! Tentei uma segunda investida. Sabia que ela desceria logo ali na frente. Mas logo naquele fim de semana eu também sabia que ela estaria na cidade. Queria vê-la, sair com ela, beijá-la... Então a chamei para sair. Claro que não foi assim, direto! Foi mais ou menos assim: "E aí, vai fazer o que no final de semana?". E recebi um: "Não sei ainda...", mais para: "Nada que seja com você!". E aí ela se levantou. Não olhou para trás. Saiu, foi embora. Desapareceu do meu campo de visão e da minha vida (ou ao menos era isso que eu esperava!).

É, meus amigos, foi assim que eu "peguei" ódio por aquela menina! Mentira, eu não conseguia sentir isso por ela! Não conseguia sentir isso nem pela MALDITA mesinha de centro, com a qual tenho uma relação de amor e ódio! Quanto mais por alguém que eu amei. Mas ao menos foi assim que eu me decidi ir à Calourada, que seria no dia seguinte. "Que se foda!". Eu já tinha recebido o convite de uns amigos e via os cartazes me perseguindo espalhados pela faculdade, mas na minha cabeça só vinha ela. Até aquele momento. Porque a partir dali eu decidi mudar. E decidi ir à Calourada. 

Liguei a música novamente. "Já que você não me quer mais, vou espalhar meu amor por aí!" dizia agora a música que tocava no último volume nos meus fones.

Um comentário:

  1. Ex é pra sempre.. Infelizmente!

    Curti bem o texto!
    Consegui me imaginar no lugar dele..
    O qe não é muito bom! uahsuahs

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