31 de março de 2012

Amizade. Amor. Um. Dois.

"A amizade é um amor que nunca morre." - Mário Quintana

Esta era eu chegando em casa, meio alegre no meio da chuva. Tinha acabado de roubar um beijo de um cara comprometido e gostei! Mas só porque ele me permitiu fazer esta “insanidade”. Estava sentindo culpa por não sentir culpa por aquilo.

“A tequila entra e a verdade sai!”, sempre diz uma amiga. E nesse dia foi verdade!Tinha resolvido contar tudo o que havia calado, já não era mais hora de ficar guardando tantos pensamentos e confusões em minha cabeça.

- Preciso te falar uma coisa...

- Diga.

E assim disse que... O que eu disse? Não me lembro claramente. Só sei que disse. Disse que um dia posso ter me confundido em relação à nossa amizade. Falei que senti alguma coisa por ele. Mas não contei tudo.

Ele é o tipo de cara que me faz tremer as pernas, soltar a imaginação e não me intimida quando penso em falar o que se passa em minha cabeça. Até nos momentos de silêncio, consigo apreciar a sua companhia. 

Mesmo que passemos meses sem nos encontrarmos, parece que nos vemos todos os dias. E é tanta admiração que paira no ar, que chega a me enjoar.

O beijo se encaixa de uma forma nunca antes imaginada, o primeiro não tinha sido satisfatório e passamos um tempo discutindo formas de como melhorar a sua execução.

- Acho melhor a língua se mover mais...

- Ah, você está beijando muito rápido. Calma!

Não me recordava do quanto havia de espontaneidade em nossa amizade. É, ele é meu amigo, posso classificá-lo como eu bem entender, ok?

Por falar em conhecer não sei bem como o conheci. Só me lembro de um dia estarmos conversando e em outro dividindo os fones de ouvido escutando Red Hot no pátio da escola. Nunca tinha reparado nele. Era só mais um calouro metido a besta, talvez um pouco inteligente, com alma de artista e um pouco intrometido. 

Uma vez deixou a entender que estava interessado, ficamos, rolou. E foram mensagens trocadas, encontros inusitados, situações engraçadas... Mas sempre com um compromisso: o de eu sumir no dia seguinte.

E ele namorou, desnamorou. Eu assisti. Me decepcionei com uma pessoa, ele me consolou. Ele mudou. Eu também. Viajei e rompi. Ele viajou e atou. Ele disse. Eu calei. Calei e parti.

E assim se passaram dias, semanas, meses... E nessa ocasião nos vimos novamente. E parece que minha fé inabalável em ser independente estava rasgando minhas entranhas e querendo sair de qualquer forma de dentro de mim. Era inútil tentar fingir que ele não abalava as minhas estruturas, nisso ele é mestre!

Pessoa que quando fantasio, imagino intensidade, firmeza, sabor, odor e suor. Tudo isso ao meu alcance, mas ao mesmo tempo tão distante.

E abalando as minhas estruturas, ele me deixou em casa, naquele dia diferente. E embalou meus sonhos durante uma semana. E ele sumiu de novo. Quando nos veremos novamente? Talvez quando ele me cobrar uma promessa... Talvez nunca, talvez sempre. Sempre talvez. Talvez.

E assim somos nós dois. Um, dois.

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