11 de junho de 2012

{17} Dias Contados: De volta para o Embate!


Olá, pessoal! Hoje é dia de Dias Contados aqui no blog! Já sabemos o que será da vida de Raquel depois de um mês de rompimento com Danilo. E Danilo? O que fará? Descubra agora!

CONVITE ESPECIAL! Convido vocês todos a participarem do SORTEIO de DIA DOS NAMORADOS na página do blog no facebook. Um grande beijo e continuo aguardando as suas sugestões no e-mail avidaemmiudos@gmail.com ! Boa leitura!!

Nada melhor do que amigos, os irmãos que podemos escolher.

- Ela não atende... – Joguei o celular pro lado e decidi pegar a outra manete. “Azar no amor, sorte no jogo”. Tinha ido a casa Júlio para o fim de semana do "Campeonato de Lutas Marciais". Vídeo-game. Revigorante. Nada melhor do que esquecer os problemas com cerveja, amigos e muita luta. – Rá! Ganhei! Vitor... Vós sois pato! – Sorri pela primeira vez aquele dia. E os outros entraram no clima e ajudaram a caçoar dele.

- “Cara”, te falei, ela não ia atender. Ela simplesmente te ligou bêbada ontem! – Disse Rafael ao fundo. Bebia em seu copo especial, que ganhou de uma das ex, que continha os dizeres: Super Namorado. E no qual ele colocou uma fita adesiva branca sobre namorado e escreveu Safado.

- Enquanto beijava a privada! – Disse Thomas a minha esquerda. As gargalhadas explodiram. Meus encontros e contatos com Raquel diminuíram drasticamente. Pra não dizer que acabaram. Depois do fora, eu simplesmente fui colocado pra escanteio. Odeio futebol. E pra piorar passarinhos chegavam me falando que ela ainda via o outro. Foda-se. Fiz minha parte, tardia, compliquei tudo, mas fiz. Não iria correr atrás novamente, já bastasse àquela vez da festa. Ela estava tão linda aquele dia...

- "Cara" já tem quanto tempo que você levou “O” pé na bunda? – Perguntou-me Rafael.

- Um mês, sei lá... – Faria exatamente um mês no dia seguinte, eu sabia, contava mesmo sem querer. Não dormia na hora em que ela ligou, estava com eles assistindo A série The Walking Dead. Mas ainda assim me assustei, ainda mais quando li Raquel no visor do celular. Depois de sair pra atender sobre as vaias, cheguei à varanda. Tentava entender o que ela dizia, podia estar com problemas. Ainda pensava nela, me preocupava com ela. 

- Então, "maluco"!? Cria vergonha nessa cara e volta a sair com a gente! Somos um bando de nerd’s, mas ainda sim saímos atrás de mulher! Sai daquele dungeon e vem caçar dragons com a gente! – Mais risos. Aqueles caras me animavam, mesmo falando besteira atrás de besteira, não tinha como não rir. Falávamos de tudo. Filme. Política. Mulher. Jogos. Mulher. Religião. Mulher. A vida, o universo e Tudo Mais. Depois do “término” tinha passado ver mais aqueles malucos, mas também ficava mais em casa, via minhas series, e até mesmo aperfeiçoava minhas habilidades na cozinha. Levava jeito. Um silêncio se formou quando eu nem ao menos respondi. Não que eu estivesse preocupado com o jogo, estava até ganhando fácil, agora de Fabio. Só simplesmente não sabia o que dizer – Você ainda gosta dela, né?

- Acho que sim. – Era óbvio que sim.

- "Cara", até eu gostava... – Começou Júlio.

- ... Dos peitos dela! – Completou Rafael. As gargalhadas explodiram novamente. Dessa vez até eu ri. Apesar de zuarmos uns as mulheres dos outros, mantínhamos o respeito (ou não). Mulher de amigo é homem, dizíamos. Mas como Raquel não era (ou sequer foi) minha mulher, ficou um consenso natural de que todos podiam zoar.

- Não, sério, o que eu queria dizer é... – Começou novamente Júlio. Dos caras ali, dos meus amigos, era o que eu mais confiava e gostava. Apesar das brincadeiras ele era o cara mais correto ali. Nem beber o maluco bebia. Gostava dos conselhos dele, mesmo não os seguindo - Mesmo aquela esquisita da amiga dela não indo com a sua cara. Mesmo você tendo errado com ela. E não podendo esquecer aquela maluca da Laura no seu pé. Você tentou cara! Na boa, você nem se quer ficou com outras depois que começou a ficar com ela!

- É verdade, mesmo com Fernandinha se jogando nos seus braços na faculdade tu nem sequer olhou mais pra ela, lembra? Ta que nem eu a pegaria! – Risos. Apesar de ser o mais falante, Fabio, era pouco experiente com mulheres. Virgem. Mas ainda assim tinha sempre boas palavras de consolo – Mas tu mudou, cara! Pra caramba! Tu amadureceu e enfrentou muita coisa, cara! Tu quase foi pai, cara! Aposto meu char, que de todos aqui, você seria o melhor pai! – Mesmo estando todos em silêncio, percebi que concordaram. Éramos jovens, impetuosos, brincalhões e pensar naquele tipo responsabilidades fazia do mais baladeiro ao mais comportado a tremer na base. Mas eu não tinha muita escolha, tinha chances reais de ser pai. Será mesmo? Eu, um bom pai? Depois daquele almoço com os pais de Laura, o capitão começou a me respeitar. Até Laura mudou um pouco sua postura, parou de tentar manipular tudo e todos. Certas coisas tinham mudado, mas e eu? Quem sabe então, pra pior. E continuar daquele jeito, abatido, não era mais uma opção.

- Te conheço há anos... – Conhecia Júlio tinham dez anos – E NUNCA vi uma mulher mexer assim com você! E olha que você tem quatro ex’s e já ficou com mais mulheres que qualquer um de nós. Você fez o possível e não deu certo. Me escuta pelo menos uma vez na vida! – Tive que rir, realmente nunca escutava Júlio – Supera essa fase logo. Raquel não será nem o primeiro e nem o último chefão que você vai enfrentar! – Sem dúvidas, ainda haveria de enfrentar muitos obstáculos pela frente. Não podia simplesmente sentar e chorar. Ou me afogar num mar de bebedeiras e jogos online. “Desistir não era uma opção”. Era apenas um relacionamento que não deu certo. Já tinha passado por coisas muitos piores, coisas que não tinha tido coragem de compartilhar com Raquel. Mas aquele cara sabia. Sabia e acreditava que eu iria conseguir superar mais essa. 

“You ain't nothin' but a hound dog men!”, era o que Júlio sempre me dizia quando me via pra baixo. Ele sempre dizia o que pensava. O tipo de pessoa que diz o que você não quer ouvir, mas precisa. Mas eu não iria “chorar” mais.

- Chega de meias histórias– disse a mim mesmo quase que num sussurro, pensando na frase de Júlio e em uma circunstância não muito distante no passado em que usei essas mesmas palavras - Tem razão... Irei à próxima festa com vocês. – Disse em voz alta para que vissem que estava pensando no assunto. E tinham razão, precisava voltar a sair. Viver. E por algum motivo aquela situação, aquelas palavras e aquele desejo, me pareciam familiar também. – Déjà Vu...

- Como assim você me venceu? Você nunca me venceu nesse jogo! – Disse Fabio se levantando indignado. Os outros apenas riram, não tinha o que discutir. Eu havia vencido. Um nocaute nele, no jogo. E outro em mim, na vida. Mas não era momento de me deixar cair.

- Tudo muda quando você muda, Fabio. Tudo.

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