Olá, pessoal! O post dessa terça-feira é uma reflexão sobre nós mesmos, que temos a estranha mania de remoer os sentimentos, nos prendermos às coisas, pessoas e sentimentos, esquecendo que viver é leve e que devemos deixar a vida fluir. Devemos praticar o desapego. Mas, quem se desapega em demasia, também deixa de viver histórias. Encontrar o meio termo é o caminho para experimentarmos novas emoções e nos abrirmos verdadeiramente ao VIVER. Então, vamos viver!
Gostaria de lembrar que suas histórias, sugestões de temas e críticas serão sempre benvindas, basta enviá-las para o endereço avidaemmiudos@gmail.com. Aguardo a sua contribuição. Um grande beijo e boa leitura!
We’ll meet again, música da compositora britânica Vera Lynn, marcante na voz de Johnny Cash. Meu
irmão tem a mania de tocá-la para mim quando me vê partindo ou quando tenho
dificuldade para pegar no sono. E sempre que pode, ele diz: “Essa é você que
canta para as pessoas da sua vida.”. Sempre discordei, talvez por nunca ter parado
para ouvi-la com "bons" ouvidos. Ouvidos da alma. Nos acordes que me
fazem recostar e dormir em meio a pensamentos mais leves, depois de escutá-la
lá pela terceira vez, resolvi analisar a letra, a musicalidade, a voz de Cash e
os sentimentos que ela me desperta.
“But I know, we’ll
meet again some sunny day.”. Cantei
com uma naturalidade e uma leveza tão comum, como se deixar sentimentos,
pessoas e experiências entrarem e saírem da minha vida fosse banal. E assim é!
Assim sou.
Meio dormindo e meio acordada,
procurei no fundo da minha memória alguém que eu não tivesse deixado sair da
minha vida. Não achei. Procurei sentimentos mal resolvidos, onde estavam?
Vasculhei minhas entranhas e não encontrei um erro que me paralisasse agora.
Estranho? Não creio nisso.
As pessoas se agarram a momentos,
questionamentos que muitas vezes não precisam ser remoídos. Sempre parti do
princípio de que se algo incomoda, deve ser mudado. Não adianta ficar batendo
sempre na mesma tecla. É como ler o mesmo livro várias vezes: você sempre vai
saber o início, o decorrer da história e o seu final. Então, não dá para esperar
nada de diferente, se não mudarmos o título. Por isso, deixar a vida fluir, se
deixar e o que estiver ao seu redor livres, te fará ver o mundo com mais
clareza, leveza e sua cabeça se abrirá para a beleza que é viver. Sem amarras,
sem medos, sem cobranças, resíduos de pensamentos e desperdício de sentimentos
ou tempo.
Devemos oferecer quietude à nossa
mente e limparmos nossos atos. Aprendendo assim a valorizar nossa estadia na
Terra. Vivendo plenamente, com sorriso no olhar e palavras suaves surgindo de
nossas bocas. Transmitindo o calor de nossas mãos a quem precisa e entrelaçando
nossos dedos com os de outro alguém durante nossa caminhada. Mesmos dedos devem
aprender a se soltarem quando os do outro não quiserem mais permanecer ali.
Se prender para quê? Se essas mãos
te soltarem, é porque não é mais para estarem ali, estão abrindo espaço para
outras que podem ou não se segurarem por mais tempo. Temos que aceitar.
Aceitação é algo que falta em nossos pensamentos. A maioria das pessoas fica
atolada em sensações passadas, palavras ditas e no que poderia ser. As coisas
não podem simplesmente SER? E se foi, FOI! Era para ter acontecido. Era para
ter sido dito. Se não foi dito, pode se dizer em outra situação. E se foi feito,
era para ter sido feito. Se não fez, não era para ser. Chegará a hora. Tudo tem
a sua hora certa.
Pessoas entram em nossas vidas, passam.
Algumas permanecem, outras voltam. Assim como emoções, assim como pensamentos.
Somos humanos, mutáveis. Não dá para exigirmos do nosso destino definições ou
querer prender algo em nossa vida. No final ficam as marcas, impressões do que
foi e é isso o que importa. É no que nos tornamos, o que clareamos dentro de
nós.
Por isso prefiro olhar para tudo e
todos em minha vida, seja bom ou seja ruim, e simplesmente partir. E deixar
partirem. Mas isso me faz incógnita, o que poderia ter sido. É o risco que corro, pois ainda não aprendi direito a usar esse poder de liberdade. Ainda não me definiram,
ainda não me conheceram de verdade. Nem eu mesma. Um dia, quem sabe, eu serei
capaz de entrelaçar meus dedos de verdade com os de alguém (não só ter a
facilidade de soltá-los) e juntar meu corpo ao de alguém, não só corpo, mas
alma, pensamentos e emoções.
No fim, o que permanece é o que
deixamos livres. Livres para ir, mas também para voltar. O caminho de volta tem que estar aberto. Só sei usar a partida, fazendo com que os outros marquem a trilha até o meu encontro com migalhas de pão e não com pedrinhas. Só que isso não adianta, pois os pássaros aparecem e comem as migalhas, fazendo com que as pessoas se percam quando tentam voltar. Tenho que aprimorar isso. Enquanto não aprendo, sigo dizendo e cantando para o mundo: “We’ll meet
again, don’t know where, don’t know when... But I know, we’ll
meet again some sunny day...”.
Pensamentos voluntários se findam, a voz do meu irmão junto aos acordes do violão
ficam distantes... E durmo. Me vejo subindo em um trem e partindo. Novamente.
Só que ao invés de largar a mão de alguém e carregar a mala, acontece o
contrário. Mas essa, já é outra história...
Nota: "We`ll meet again" foi composta em 1939, marco do início da Segunda Grande Guerra e reflete o espírito dos combatentes naquela época.
Tudo tem a hora certa para acontecer... !! Custei, mas também aprendi !! Este foi o seu texto mais marcante para este momento da minha vida... Levarei comigo suas palavras, com certeza... Passei por um momento mto estranho e ao mesmo tempo delicado da minha vida, justamente por ter este mesmo jeito desapegado que vc citou no texto... inconsientemente sofri, mesmo achando que estava tudo bem... Mas agora já estou entrando em "consenso" comigo mesma, e aceitando... Espero conseguir fazer a minha estadia aqui na Terra valer a pena.. Bjussss
ResponderExcluirAmei amei amei, ainda não conhecia esse blog, mais já vi que minhas visitas por aqui serão frequentes! Parabéns...
ResponderExcluirhttp://viaspensantes.blogspot.com.br/