14 de maio de 2012

A lei universal: Ame.


Olá, queridos leitores, seguidores e amigos! Bom, esse texto é um post especial para uma amiga que passa por um momento de profundo aprendizado. Como só sei me expressar escrevendo e é o que tenho mais prazer em fazer, gostaria de eternizar esse aprendizado e agradecer ao "Destino", à Vida, por ter nos feito nos encontrar numa das esquinas da vida. Um grande beijo à minha grande (e em tão pouco tempo) amiga e confidente, Lara. 

Um grande abraço e muita força.

"Ainda que eu falasse a língua dos homens, se eu falasse a língua dos anjos, sem o AMOR eu nada seria." - Coríntios 13.
Dia amanheceu e o céu deixava transparecer o que viria a acontecer logo em seguida: ia chover. Dias de outono têm o poder de nos deixar mais introspectivos e o mistério se faz presente: não sabemos o que esperar do dia de amanhã. É sempre uma surpresa. Para mim, é uma lição de vida, porque ela é como os dias de outono: incerta, tem seus dias frescos, algumas vezes apresenta vento gélido que corta nossa pele, às vezes o sol brilha belamente junto a uma brisa gostosa. Em outras ocasiões, queima nossos olhos.

Era mais uma segunda-feira qualquer, não fosse o ocorrido, era mais um dia em que o frio se fazia presente, o céu apresentava um cinza claro cheio de nuvens e nenhum sol. Estava fresco. E horas mais tarde faria o que os olhos desejavam: se derramar na terra.

Ele partiu nessa segunda, deixando belas lembranças e honra para a família. Creio que não fora por acaso, pois segunda é o dia do recomeço. De levantar, sacudir a poeira e trabalhar pesado. Correr atrás dos sonhos que são construídos no final da semana. É o renascer do querer e representa a continuidade da vida, da realidade, que muitas vezes machuca.

Se eu pudesse, estaria junto para abraçar a filha mais nova. Não só ela, mas a família toda, que não conheço pessoalmente, só que já é como se fosse parte da minha, pois tive a alegria de encontrar nos caminhos da vida uma irmã de verdade. Alguém para rir, conversar, compartilhar as dúvidas, olhares e sentimentos. Uma pessoa com quem também compartilharia tristeza e dor. Quando ela me contou o acontecido, não sabia o que falar, o que fazer. Ela estava longe e eu a abracei em pensamento. Ouvia seus passinhos felizes pela casa todas as manhãs e me peguei pensando que por algum tempo eles seriam arrastados e silenciosos. FORÇA. Foi no que pensei. Força.

Mas como ser forte nessas horas? Peguei o telefone e liguei:

- Oi, Fer. – Adorava a forma com que soava o FeRRR... Mas, dessa vez, sua voz triste cortou minhas entranhas. Demorei a conseguir fazer com que as palavras fluíssem novamente.

- Como você está?

Silêncio. Percebi que ali eu devia continuar, me agarrei à minha coragem e segui em frente com as letras que se encontravam em meus pensamentos.

- Te desejo força. Mas não precisa ser forte agora. Chore, grite, fale, não faça nada disso. É essa a hora. Lembre-se de seu pai como o homem da sua vida. O grande homem que ele foi e do legado que ele deixou para vocês. Os ensinamentos e o caráter que moldou em vocês, o amor, o carinho e a dedicação que ele ofereceu. Sinta sua falta, mas não pela partida, mas pelo que ele viveu.  E viva, minha amiga, viva como ele gostaria se estivesse aqui. Seja o bem e faça o bem.

O silêncio se rompeu em pranto e eu senti que a tinha reconfortado de alguma maneira, mesmo não sabendo direito o que falar.

Quis sair do outro lado da linha telefônica e oferecer meu ombro amigo. Me despedi com pesar, mas me sentindo melhor. Percebi que mais uma vez eu estava presente para oferecer palavras de consolo e amor a alguém. Ser forte, eu tinha que ser forte para ajudá-la dali em diante.

Fui até a janela, começou a chover. Olhei para o céu e pedi para que aquela chuva lavasse as nossas almas, preparando a vida para mais uma segunda-feira. Mais um recomeço. Mais um dia de outono. Então percebi que gotas caíam molhando a minha blusa roxa, mas não eram da chuva, elas vinham de meus olhos que percebiam ali, a maior beleza da vida: a capacidade de amar. Amar tanto a ponto de querer estar bem pelo outro. Se dedicar e seguir a vida em diante, transformando dor em pleno amor. Depois do céu cinzento, um novo dia brilhará, pois não há luz sem escuridão. E fica aqui a lição: o amor é capaz de transformar ervas daninhas em lírios. Mas poucos são os capazes de amar.  No final, é ele que permanece. Transforme-se, viva. AME!



4 comentários:

  1. Oi Fê,

    Tudo bem? Texto sensível e belo! A verdadeira amizade permite antecipar o amanhecer e quem sabe acalantar a tristeza.

    Beijos.

    Lu

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    1. Com certeza, Lu!! Muito obrigada pelo elogio. Espero poder dar forças para a minha amiga neste momento. Um grande abraço!

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  2. Que texto lindo!!! Através das palavras conseguimos falar tudo o que o coração queria dizer, gritar.

    Beijos.

    http://luzia-medeiros.blogspot.com.br/

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    1. É, Lu, acho que é a melhor forma de gritarmos a nossa alma! Beijos

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