1 de maio de 2012

{6} Dias Contados: Acorda, menina!


Olá, pessoal! Quero me desculpar por não ter postado, por motivos pessoais, a continuação da série "Dias Contados" no dia certo, que foi ontem. Bom, imprevistos acontecem. Mas vamos lá! Esse é o sexto texto da história que está sendo escrita por mim e meu amigo Felipe Dias. Raquel e Danilo tiveram uns amassos no quinto post da série. E agora, o que irá acontecer? Vou adiantar um pouco: Raquel está estranhamente confusa com seu sentimento em relação a esse cara que ela "acabou" de conhecer... Mas para descobrir o que vai rolar, você tem que ler o texto. Boa leitura!

Gostaria de agradecer ao incentivo dos leitores e dos meus amigos que andam mandando muitas sugestões e críticas pelo facebook e no email avidaemmiudos@gmail.com. Para ter sua sugestão de tema ou história postada aqui, aguardo seu contato! Um grande abraço!


"A mudança é a lei da vida. Aqueles que olham apenas para o passado ou para o presente serão esquecidos no futuro." - John F. Kennedy

Estava correndo numa rua escura, um grupo de homens mal encarados me perseguia. Com muito medo, percorria os quarteirões com seus prédios, casas e comércio fechados e sem alguma luz acesa. Gotas de suor escorriam em meu rosto, peito e costas... Cheguei no portão de uma casa que me parecia simpática, ao menos eu senti um alívio imenso quando cheguei ali. Alívio que passou em segundos, quando percebi que o portão não se abriria. Os homens se aproximavam rapidamente e, num movimento de desespero, olhei para frente, pensando em continuar a fugir, porém, a rua não tinha saída. Já tratando a minha fuga como perdida, me posicionei para permanecer firme e quando eles chegassem perto de mim e atentassem algo contra a minha pessoa.  Foi então que eu ouvi um ruído que vinha do portão que estava atrás de mim: “Danilo!”. Acordei. Era um pesadelo. Estranho.

Não via Danilo desde o nosso jantar com filme, miados, ligação no celular, fuga, retorno e amassos. E isso tinha sido há uns 10 dias. A última coisa que eu queria, naquele momento, era me recordar dele e nesse sonho, ele se apresentava como meu salvador durante a minha fuga desesperada de outros caras.

Dizem que os sonhos nos apresentam aquilo que queremos consciente e inconscientemente. No meu caso, me apresentava os dois. Mas não queria, não podia ficar pensando tanto nele! Estava tudo bem comigo, continuava levando minha vida amorosa daquela forma até ali, por que mudaria logo agora? Não me envolvia profundamente com ninguém. Quando tinha vontade de ter boas horas de conversa e beijos, sempre aparecia alguém para preenchê-las, digo, não me dava nem ao trabalho de ligar para algum deles, os “pretendentes” simplesmente apareciam. Talvez fosse esse o motivo para não valorizar tanto minhas paixonites. Não dava tempo de sentir falta...

Estava sentindo falta de Danilo. Trocamos umas mensagens no domingo, depois que ele foi pra casa. Na segunda também. Na terça, me peguei aguardando ansiosamente por uma resposta sua... Algo estava errado! Parei de responder. Mas a ausência se fez presente: pensava em seus beijos, suas tatuagens, seu tom de voz e do cheiro de seu perfume, constantemente. Minhas amigas começaram a notar a minha estranheza, mas não contei sobre ele para elas. Bom, precisava desabafar, então comecei a escrever em um diário. E em todas as anotações ele aparecia, nem que fosse de relance, como nota de fim de página: “Pensei nele.”.

Desde o nosso último encontro, tinha mudado bastante. Fiz um diário. A Raquel segura vivia em conflito interior. Meu corpo queria e minha mente tinha medo de me deixar envolver e me machucar no final das contas. Medo estúpido? Talvez. Mas Danilo tinha acabado de sair de um relacionamento, tinha mais era que curtir a vida. E se curtisse com a minha cara e com meus sentimentos? Besta! Isso eu era mestre em fazer com as pessoas. Aí eu me lembrei daquele ditado: “Você atrai o que transmite.”. Bom, se eu fosse atrair a mesma coisa que andava fazendo com os caras que entravam na minha vida, Danilo iria desaparecer por uns dias e só iria me rever quando ele quisesse, depois que eu tentasse incessantemente marcar um encontro! Pobre de mim!

Me levantei da cama, depois do susto, corri para a cozinha e tomei um chá de camomila, para me acalmar. Me lembrei que tinha somente uma aula naquela terça e que meu dia iria passar arrastado...  Mimi me deu um miado de “Bom dia!” e foi comer a sua ração. Peguei umas torradas e fui tomar meu chá na sala. Liguei a TV e a Ana Maria Braga estava fazendo uma torta de bombom (aquele que “Dança Dormindo”). Fingi interesse e me joguei entre as almofadas. Foi quando reparei que o dia estava lindo! Um céu azul capaz de fazer qualquer pensamento negativo ir embora e de encorajar o mais covarde da face da Terra.

- Acorda, Menina! – Disse uma Ana Maria muito animada para quem acabara de se levantar. E na mesma hora corri para pegar meu celular na minha bolsa, ia convidar o Danilo para passar a tarde comigo, fazendo o quê? Não sabia ao certo. Voltei para a sala.

- Obrigada, Ana! – Falei para a apresentadora loira que estava anunciando um novo tempero pronto para feijão: fiquei com vontade de experimentar, até. Mas, enfim, liguei para ele e, naturalmente, as primeiras palavras que saíram da minha boca, surpreendentemente, foram:

- Alô, Danilo? Senti a sua falta... – E a minha mudança tinha acabado de começar. Talvez, esse cara fosse, realmente, a minha salvação...

Um comentário:

  1. oi Fernanda,

    O texto é revelador e coloca aquela frase do senti a sua falta em outro contexto como uma alternativa da protagonista frente a segurança que Danilo pode conceder.

    Beijos.

    Lu

    lucianasantarita.blogspot.com.br

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