7 de abril de 2012

Ela entre eles. - Antes só do que dividida.


Dividido. Quem nunca se sentiu assim? Ter liberdade de escolha é algo admirável, porém, complexo. Quando se apresentam em nossa vida opções, ao escolhermos uma, consequentemente anulamos a outra. E quando nos sentimos divididos entre  duas pessoas? Sentimento que revira as entranhas e nos faz a confusão personificada. O post de hoje é a história de uma pessoa que se sente dessa maneira por dois rapazes que aparecem na sua vida ao mesmo tempo, cada um com a promessa de modificá-la de formas totalmente diferentes. Mas quem ela vai escolher? Será que ela vai escolher algum dos dois, ou nenhum dos dois? Só lendo para descobrir.

Antes gostaria de lembrar que a sua participação é o que move o blog, com sugestão de temas, críticas e dúvidas é que consigo bolar os posts! Se quiser ver uma história sua publicada aqui, espero a sua colaboração no e-mail: avidaemmiudos@gmail.com, prometo que responderei o mais rápido possível! Se gostar do blog, me ajude e compartilhe com os amigos!

Bom, espero que tenha uma boa leitura!

"Em estado de dúvida, suspende o juízo." - Pitágoras

Na cantina da faculdade ela conversava com a sua amiga. Estavam falando sobre a prova que se aproximava, o feriado que chegaria antes do dito teste, se perguntavam o que iriam comer quando chegassem em casa, o que iria acontecer no capítulo da novela das nove, quais chocolates iriam ganhar no domingo de Páscoa...

Então ele chegou e se sentou à mesa para se juntar a um papo divertido e animado. Sem jeito, cumprimentou as colegas de sala, percebeu o quanto elas eram simpáticas. Nunca tinha notado isso, afinal, nunca teve a oportunidade de conhecer esse lado diferente daquelas duas.

Havia um “frisson” com a que estava sentada à sua direita, não sabia o que queria em relação a ela, mas já tentava se aproximar de várias maneiras há alguns dias. Ela, claro, percebeu!

Ele descobriu que ela gostava de futebol, seu time favorito, que era uma tagarela, divertida e meio sem noção. Transparente, conseguia falar apenas com o olhar e foi isso o que ela fez quando o outro passou por eles e deu um tímido “Oi!”. Não se segurou e olhou diretamente para a amiga que estava sentada logo em sua frente. Desconfortável, ela percebeu que tinha acabado de dar uma bola fora na frente dele.

Roberto, que estava ali sentado vendo os desatinos da menina, deixou bem claro que tinha percebido os olhares lançados entre ela e o outro, se levantou divertidamente, e disse que as duas podiam fofocar enquanto ele ia à biblioteca devolver um livro.

Tentando disfarçar a situação, Sofia brincou, disse que não havia fofoca pra contar e que ele não precisava sair correndo. Mas foi só uma tentativa mesmo. Ele foi pra biblioteca e ela, vermelha e nervosa começava a falar mais do que um papagaio com a amiga. E Rafaela, a censurou pela atitude, disse que ela fez o menino se levantar da mesa e ir embora. É, não tava fácil. As duas se acalmaram e retomaram o assunto “feriado”. Estavam doidas para viajar!

Foi quando, o Henrique, aquele que tinha passado e mandado aquele "oi" desconcertado, voltou e parou para cumprimentar de verdade a menina. Deu aquele beijinho na bochecha dela e engatou um papo com elas. Ele já conhecia bem a Sofia. Sabia que ela era uma destrambelhada, cheia de sonhos e complicações.

Enquanto ele falava, Sofia ficava imaginando quando os dois se conheceram, o último encontro cheio de fatos engraçados, das mensagens trocadas e do jeito que ele conseguia ficar charmosamente tímido e confuso na sua frente.

Bom, Roberto voltou da biblioteca e iniciou uma conversa cheia de intimidade e risos com Henrique. A menina olhou para aquilo abismada. Os dois caras que a faziam ficar dividida já tinha algum tempo, totalmente opostos um do outro, estavam ali papeando na frente dela e combinando a viagem que eles iriam fazer com o mesmo grupo de amigos. Isso mesmo, os dois estavam indo para o mesmo lugar, compartilharem um tempo que nem ela já tinha passado com os dois juntos.

Dividida. Ela olhava para um e para o outro. Diferentes em tudo: desde o porte físico até a atitude. Enquanto um oferecia pra ela adrenalina, olhares de desejo, incerteza, emoções inusitadas e situações diferentes todos os dias, mistério e indisponibilidade; o outro dispunha de carinho, olhares desconcertados, prestatividade, desencontros e intimidade. Apesar de tantas diferenças, provocavam nela uma mesma reação: quando os via, borboletas dançavam em seu estômago.

Dois pesos, duas medidas. Percebeu ali que não dava para manter a situação daquele jeito. Se quisesse ter uma história com algum deles, tinha que ser com um ou nenhum. Não podia se dar esperanças. Mas quem? Qual dos dois? O duvidoso ou o mais duvidoso ainda? Mesmo que não esperasse nada além, teria que ser correta consigo mesma e com eles.

Um lhe prometia o céu. Outro o purgatório. Sua cabeça e seu corpo pediam coisas diferentes! Afinal, o que ela queria? Nem ela mesma sabia. Aquela conversa entre os dois já estava durando muito tempo, ou era impressão? Parecia que tinham ficado horas a fio falando, porque a quantidade de questionamentos e emoções que aquele encontro inusitado havia gerado nela tendiam ao infinito.

Então Henrique se despediu. Ela o beijou com o olhar. Renato deu uma enrolada e foi embora depois. Ela deu um beijo em sua bochecha e lhe desejou “Feliz Páscoa”, entregando um bombom. De onde surgiu aquele bombom?

E o feriado chegou, hora de abstrair e afastar de seus pensamentos esses caras. Pensar para quê? Tempo de deixar para resolver, se é que tinha algo para ser resolvido, as coisas quando a realidade se apresentar novamente na segunda.

Distante, ela levemente afasta os dois de seus pensamentos com outras sensações, ironicamente, os dois estão curtindo uma viagem. Juntos. Não há ela entre eles. Mas bem que ela gostaria de estar lá, sendo desejada e cortejada pelos dois... Em sua imaginação, enquanto beijava um, abraçava o outro. Que falta de vergonha na cara, menina! Ela é apenas uma mortal...




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