Muitos de vocês não sabem, mas já morei em vários lugares, minha família (assim como todas) tem suas particularidades, seus problemas e histórias extremamente complicadas. Venho aqui trazer mais um pedaço de Fernanda, que só a minha família conhece, essa Fernanda que não se mostra facilmente para o mundo, mas que a partir de agora quer apresentar a sua essência e as suas raízes. Seus valores e ideiais que ficam escondidos aqui dentro. A partir de hoje eu abro o baú da minha história (que ninguém conhece) e espero que se identifiquem, pois a pequena Fernanda poderia ser qualquer um de vocês...
Bom, esse é mais um dos meus pequenos grandes aprendizados, com pureza e sinceridade eu conto para vocês, agora. Esse fato ocorreu quando eu tinha 7 ou 8 anos, não me recordo bem, e morava numa cidade do interior do Rio de Janeiro, chamada Carmo. Meu pai trabalhava duro para sustentar a família e minha mãe era dona de casa. Vivia brincando na rua, os vizinhos me adoravam (sempre ia comer bolo na casa de alguém) e era aluna exemplar. Bom, o resto eu vou contando aos poucos, mas isso é o que precisam saber para entenderem o texto.
Deixo o convite para curtirem a página do blog no facebook e continuem mandando suas sugestões para o email avidaemmiudos@gmail.com. Estou amando o carinho e as sugestões de todos! Um grande beijo e espero que apreciem essa minha "miudeza".
A menina descia as ladeiras da cidade saltitante com seu cofrinho cheio de moedas agarrado entre seus braços e tronco magro. Apesar de saltitar, tomava cuidado para não deixar suas moedinhas caírem no chão. Rumo ao mercado da pequena cidade, ela seguia.
Naquele dia ela não saiu para brincar na rua com a garotada, de pique-pega, pique-altinho, mar vermelho, alerta-cor... No início da noite percebeu que o sapatinho tinha machucado seus pés, mas mesmo assim continuou com o incômodo de usá-lo, era orgulhosa, a menina! Continuou assim por mais uns dois dias, até que não se aguentou mais, jogou o par de tamancos no canto do quarto e foi se divertir.
Frustração foi realizar que não corria tanto por causa dos pés machucados. Tanto esforço, tanta espera e expectativa, para ainda ficar lerda nas brincadeiras! Dinheiro gasto por capricho! Então a menina percebeu que as melhores coisas da vida não eram compradas. Que algumas vezes criamos expectativas demais e nos decepcionamos por causa delas; por puro orgulho nos agarramos a situações que nos machucam e deixamos de enxergar que o essencial, o mais importante, dinheiro nenhum seria capaz de comprar!
O mais bonito nessa história, é ter aprendido. Descobriu que era capaz de ter tudo o que desejasse, mas precisava se esforçar... Percebeu que aquilo que os outros querem pode não ser o melhor para si mesma. Aprendeu com o que a machucou, também que temos que saber quando é preciso aposentar os sapatos e aproveitar a vida, ao invés de ficar parado no tempo, com medo de se machucar ou de estragar o sapatinho de cristal. Bom, hoje ela não é mais Maria, é Fernanda todos os dias, não inventa mais personagens para si mesma. Mas Maria, Raquel, Gabriela e Isadora, com toda a certeza, são Fernanda, a Fernanda que se apresenta para o mundo!
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A menina descia as ladeiras da cidade saltitante com seu cofrinho cheio de moedas agarrado entre seus braços e tronco magro. Apesar de saltitar, tomava cuidado para não deixar suas moedinhas caírem no chão. Rumo ao mercado da pequena cidade, ela seguia.
Devia ter seus sete anos de idade. Quando perguntavam seu nome, no mercado, ela respondia: “É Maria!”. Gostava deste nome e desde pequena tinha mania de inventar personagens. Um dia era Raquel, outro Isadora, Giovana, Gabriela... Mas quando era Maria, seu mundo brilhava! Era capaz de tudo, até de tirar 10 na prova de matemática!
E naquele dia ela era Maria. Com passos decididos, ela entrou no mercado e avistou o destino que queria dar àquela dinheirama toda, pesada! Hoje seriam no máximo uns 20 reais. Foi naquele cantinho e experimentou um tamanquinho, daqueles que faziam sucesso na época, com propaganda na tv. Ficou muitos meses esperando, até que suas economias dessem para comprar. Seus olhos brilharam como os de Cinderela quando se viu usando um sapatinho de cristal.
Chegou ao caixa, na hora de pagar entregou o seu cofre cheio! E foi o terror para a atendente contar todos aqueles feitos de níquel! “Maria, mas quanta moeda!”. E Maria disse: “Pois é, juntei tudinho para comprar isso daqui!”, e já ia enfiando seus pequenos e ligeiros pés no sapatinho. Só ela sabia o quanto foi suado para conseguir aquilo tudo, quando a família ainda vivia tempos de luta.
A moça terminou de contar e a menina saiu ainda com um troquinho, que pegou em balas. Dia perfeito para a Maria! Chegou em casa triunfante, aquele tinha sido seu primeiro esforço para ter algo que queria! E ficou desfilando o dia todo com a sua compra, para cima e para baixo.
Frustração foi realizar que não corria tanto por causa dos pés machucados. Tanto esforço, tanta espera e expectativa, para ainda ficar lerda nas brincadeiras! Dinheiro gasto por capricho! Então a menina percebeu que as melhores coisas da vida não eram compradas. Que algumas vezes criamos expectativas demais e nos decepcionamos por causa delas; por puro orgulho nos agarramos a situações que nos machucam e deixamos de enxergar que o essencial, o mais importante, dinheiro nenhum seria capaz de comprar!
O mais bonito nessa história, é ter aprendido. Descobriu que era capaz de ter tudo o que desejasse, mas precisava se esforçar... Percebeu que aquilo que os outros querem pode não ser o melhor para si mesma. Aprendeu com o que a machucou, também que temos que saber quando é preciso aposentar os sapatos e aproveitar a vida, ao invés de ficar parado no tempo, com medo de se machucar ou de estragar o sapatinho de cristal. Bom, hoje ela não é mais Maria, é Fernanda todos os dias, não inventa mais personagens para si mesma. Mas Maria, Raquel, Gabriela e Isadora, com toda a certeza, são Fernanda, a Fernanda que se apresenta para o mundo!
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