{12} Dias Contados: Quem se ausenta...

Olá, pessoal! Hoje é quinta e como vocês já sabem, é dia de mais um texto da Série que está deixando o pessoal curioso: "Dias Contados". Este post é de minha autoria e descobriremos o desenrolar dessa viagem de Danilo, que revoltou muita gente. Quando a série começou a pegar fogo, Danilo simplesmente foi se refugiar no Rio de Janeiro e deixou Raquel para trás. E agora, o que ela pensou disso tudo e mais, o que essa ausência de Danilo acarretará para a trama? Descubra AGORA!

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"Beijo roubado com desejo no olhar, o sabor me acolheu e seu ritmo me tomou... Me tome e me leve por inteira. Sim, eu vou, agora e aqui inexiste o não."

Exorcizar os monstros dentro de si mesmo. Danilo estava fazendo isso muito bem. E eu nessa cidade cinzenta, fui deixada de lado, me senti desse jeito mesmo! Homens e a sua capacidade máxima de sumir em momentos inoportunos. Geralmente era eu quem sumia, mas com Danilo tinha que ser diferente!

Ainda estava com aquela viagem entalada na garganta, não que eu seja incompreensiva, longe de mim isso, mas ele me largou sozinha, em meio a investidas loucas de Antonio, que estava  inconformado com o fato de que eu não queria mais nada com ele. Tinha rompido algo que não deveria ter começado, pelo menos não naquele momento.

Cheio de investidas, procuras, telefonemas e mensagens, acabei convencida a ir jantar com ele enquanto Danilo estava no Rio Janeiro lavando a alma. Não estava satisfeita em deixar meu ex-namorado relâmpago naquela situação... Ainda mais quando ele me disse que tinha chamado os pais para visitarem a cidade e conhecerem a sua tão amada namorada.

- Peraí, Antonio! Quer dizer que você convidou seus pais para me conhecerem e nem me avisou?

- E eu ia adivinhar que você ia me largar na praça de alimentação de um shopping sem me contar o porque? Eu ia te contar isso naquele dia, por sinal. – É, eu estava perdendo essa discussão, odiava ficar sem argumentos.

Tirando a aliança - que eu tinha devolvido para ele há alguns dias – do bolso do casaco, ele me pediu:

- Me faça esse último favor, eles estão vindo dos Estados Unidos só para te conhecer! Falei tão bem de você e não acredito que tenha mudado tanto em tão pouco tempo...

Coitado do Antonio! O que eu tinha feito com ele? O que eu estava fazendo com ele desde o início? Era um bom rapaz, bom até de mais para mim: Esse ser colecionador de erros...

- Olha a situação em que você me coloca... Eu vim aqui justamente para não te machucar e você me pede isso! Como?

- Raquel – ele me disse olhando profundamente e ternamente em meus olhos – eu sou louco por você desde o primeiro dia em que nos vimos, você sabe disso melhor do que eu. Ou “cê” acha que desde os seus dezesseis anos eu fico nesse chove mas não molha à toa? Meus pais perceberam que eu estava mais feliz nesse, pouco tempo, que passamos juntos e estavam tão animados para te conhecer... O que eu te peço é que só almoce com eles!

Cinco anos, eram cinco anos de investidas em vão, em que eu aparecia só quando eu queria! E assim que dei uma chance para ele, saio correndo feito uma louca! Que dom era esse de magoar as pessoas?

- Tá bom, eu aceito que você me apresente para os seus pais! – O que a culpa é capaz de fazer uma pessoa...

Os olhos de Antonio brilharam.

- Eles chegam no próximo final de semana! – Seu tronco voou por cima da mesa e ele me tascou um beijo. Que droga! Eu fiquei mexida com aquilo e me afastei, de súbito.

Apertei a aliança em minha mão direita e juro que não sabia mais no que pensar. Tomei um gole do chá gelado que tinha pedido e engoli o último nigiri que estava em meu prato.

- Então está tudo certo, não é mesmo? Posso ir?

- E quem sou eu para te prender, não é mesmo? – Ele me respondeu com um sorriso no rosto, pegando o dinheiro que tinha deixado na mesa para contribuir com a conta e colocando de volta em minha mão. – Nada de frescura, você é minha convidada.

Acenei com a cabeça, queria sair dali o mais rápido possível, ver aquele cara naquela situação não estava me fazendo bem. Danilo, para que você foi viajar justamente agora? Para que eu estava pensando nele? Nem sequer foi capaz de me mandar uma mensagem falando que tinha chegado bem!  E, sinceramente, depois disso tudo, não sabia também se queria que Danilo voltasse tão cedo!

Cheguei em casa, joguei a bolsa na mesa de centro, me deitei no sofá e muitos pensamentos e sentimentos começaram a revirar as minhas entranhas. Mimi pulou em meu colo prontamente e olhei para ela e disse, enquanto girava a aliança em meu dedo indicador: “É, meu amorzinho, somos só você e eu essa noite... Ainda bem! Afinal, tem coisas que podem ficar só entre a gente.”.